Buscar no Google, comprar pelo smartphone e pagar no cartão de crédito. Um levantamento recente divulgado pela Neoatlas e ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico) mostra que esses hábitos são cada vez mais comuns entre os consumidores.
O estudo, que apresenta um balanço sobre o e-commerce brasileiro nos primeiros seis meses do ano, mostra que, com o aumento da penetração de smartphones, a parcela de compras feitas por dispositivos móveis cresceu de 11% para 34% em relação ao mesmo período de 2017.
No entanto, apesar do aumento expressivo do uso de smartphones para transações online, a taxa de conversão do dispositivo ainda é baixa. Nas palavras de Ricardo Rodrigues, co-fundador da Social Miner, plataforma de automação para aumentar conversões, o resultado indica uma grande margem para melhorias e adaptações da navegação ao comportamento do consumidor.
Também foi mapeada a origem das conversões por ordem de maior influência com base nas seguintes ferramentas: Google patrocinado, Google orgânico, busca direta, outras origens, referências de terceiros, e-mail marketing, Facebook orgânico, Criteo, Facebook Patrocinado e Buscapé.
Os resultados mostram a grande dependência que os e-commerces ainda possuem no Google – em 52% dos pedidos, as transações online acontecem após uma visita ao site de busca.
Seguindo o comportamento dos últimos anos, o cartão de crédito se manteve líder como opção de meio de pagamento, totalizando 60% dos pedidos captados, enquanto os boletos chegaram a 35%. O estudo indica que a forte cultura de parcelamento do brasileiro permite que as marcas possam trabalhar preços e promoções de maneira mais atrativa.
André Oliveira, growth marketing da Moip, startup de solução de pagamentos multicanal, diz que a taxa de aprovação para boletos deve sofrer impacto nos próximos meses por conta das novas regras estabelecidas pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Desde 2017, a entidade renova algumas regras a fim de aprimorar esse tipo de cobrança, devido ao grande número de fraudes praticadas no Brasil. Para evitar o fim desse tipo de cobrança, a Febraban criou uma série de medidas para tornar a modalidade mais segura para quem emite e para quem paga cobranças.
A análise do perfil dos compradores mostra que a participação das mulheres segue levemente maior que a dos homens, com 50,6%. E a faixa etária com maior representação nas transações online permanece sendo a de 25 a 34 anos, com 37% do total de usuários.
Outro recorte do estudo mostra as categorias com os maiores tíquetes. São elas: eletroeletrônicos (R$ 669,40), óticas (R$ 547,80) e acessórios automotivos (R$ 508,17). No total geral, o tíquete médio do ano foi de R$ 322,09 – 7% mais alto que no primeiro semestre de 2017.
Na opinião de Maurício Salvador, presidente da ABComm, embora continue avançando independente do cenário econômico turbulento, o setor sofreu grandes impactos no primeiro semestre.
Salvador aponta o aumento dos Correios em sua tabela de frete e a paralisação dos caminhoneiros que afetou a movimentação de cargas e combustíveis em todos o país, atrasando mais de seis milhões de pacotes comprados em lojas virtuais brasileiras.
Para o segundo semestre, o executivo diz acreditar na força de datas importantes, como Dia dos Pais, Crianças, Black Friday e Natal, que somadas representam mais de 25% das vendas totais do setor durante o ano todo.
A metodologia para este estudo envolve a agregação dos dados de vendas de mais de 1 mil lojas on-line de todos os portes, conectadas ao Neoatlas.
(Por Diário do Comércio – Mariana Missiaggia) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM, Google, Consumidor