Quando o maior varejista físico do planeta, o Walmart, divulgar seus resultados do primeiro trimestre nesta quinta-feira, todos os olhos estarão voltados para o digital. A companhia anunciou a meta de expandir em 40% ao ano sua operação online, mas a capacidade de cumprir a promessa vem sendo questionada por analistas.

Nos resultados do quarto trimestre de 2017, anunciados em fevereiro, o crescimento do e-commerce foi de 24%, ante 50% do período anterior. Foi a primeira vez em 10 trimestres que a companhia não atingiu suas estimativas de resultados, e um balde de água fria para quem tenta se aproximar da líder absoluta no varejo digital, a Amazon, que vem investindo cada vez mais num território sagrado do Walmart, a venda de alimentos. Naquele dia as ações do Walmart caíram 10%. Nos últimos três meses as ações da companhia caíram 18%, mas, ainda assim, acumulam alta de 14% nos últimos 12 meses.

Para esta quinta-feira, a companhia deve voltar a apresentar bons resultados operacionais. A previsão média de analistas é que os lucros por ações cheguem a 1,12 dólar, 12% acima de 1 dólar de 12 meses atrás. As vendas devem chegar a 120,5 bilhões de reais no trimestre, acima dos 117,5 bilhões de reais de um ano atrás.

O Walmart está em meio a uma das maiores transformações estratégicas de sua história. A companhia está tirando o pé de países considerados poucos estratégicos, como o Brasil (para onde busca comprador) ou o Reino Unido (cujas operações foram vendidas em abril para a concorrente Sainsbury). Também em abril a empresa anunciou um acordo com o serviço de entrega Postmates para entregar alimentos em 40% das casas americanas. Na semana passada, superou a Amazon e anunciou a compra da Flipkart, maior varejista online da Índia, por 16 bilhões de dólares.

São movimentações que mostram que o maior varejista do planeta está decidido a dominar também as vendas online. Os resultados desta quinta-feira devem mostrar em que pé está o ambicioso projeto. A corrida da bolsa o Walmart está perdendo: nos últimos cinco anos suas ações valorizaram 11%, ante 500% da Amazon.

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