O balanço consolidado do setor de franquias em 2017, apurado na Pesquisa de
Unidades, redes e geração de empregos
A pesquisa da ABF revelou que o total de unidades do setor cresceu 2,4%, com um saldo de 3.541 novas operações no ano passado, totalizando 146.134 unidades, e em redes, o ano encerrou com 2.845 marcas atuantes no mercado. Já o repasse de unidades foi de apenas 3% e a taxa de mortalidade ficou em 5%.
O levantamento indicou que o franchising manteve o nível de empregos em 2017. O total de trabalhadores diretos no setor de franquias chegou a 1.193.568 pessoas, com uma variação positiva de 1%. “Em 2018, nossa expectativa é que o setor acelere, com um crescimento em faturamento de cerca de 10% e em número de unidades de 3%. Com isso, esperamos gerar também mais empregos: 3% a mais”, ressalta Altino Cristofoletti Junior.
Todos segmentos do franchising crescem em 2017
O estudo mostrou que todos os segmentos elencados pela ABF cresceram em faturamento, tanto em 2017 como um todo, como no 4º trimestre. Saúde, Beleza e Bem-Estar encabeça a lista em ambos os períodos, crescendo 12,1% e 13,4%, respectivamente. O aumento da longevidade da população, a crescente preocupação com saúde e bem-estar e o aquecimento do mercado de clínicas populares, que receberam vários egressos de planos de saúde, são alguns dos principais fatores que explicam a alta do segmento.
No acumulado de 12 meses, o segundo segmento que mais cresceu foi Hotelaria e Turismo, com alta de 9,7%. A maior participação das redes no e-commerce e o incremento das unidades home-based levaram as redes deste ramo a atingir mais diretamente seu público consumidor, justificando essa expansão.
Serviços e Outros Negócios apresentou a terceira maior variação em faturamento, 9,2%. O fato de se tratar de um segmento com muitos nichos, com negócios que atendem o público B2B (empresa para empresa) e o incremento de serviços administrativos, como contabilidade, favoreceram tal desempenho.
A seguir, Casa e Construção teve alta de 8,0%. O segmento foi impulsionado pelo aumento da demanda por serviços de reforma, reparo e manutenção, em grande parte impulsionada pela liberação dos recursos do FGTS inativo.
Em quinto lugar, Comunicação, Informática e Eletrônicos cresceu 7,8% no período. Mesmo que num ritmo menor, a demanda por produtos e serviços deste segmento se manteve, especialmente na área de marketing digital e meios de pagamento.
“Neste último ano, o setor continuou a enfrentar a crise com aumento da eficiência das operações, lançamento de novos formatos, a intensa troca de informações entre franqueadores e franqueados, dentre outras ações, contribuíram decisivamente para que o franchising mantivesse sua trajetória de crescimento, agora de forma mais disseminada dentro dos segmentos”, observa Vanessa Bretas, gerente de inteligência de mercado da ABF.
Internacionalização do franchising brasileiro e panorama mundial
O mercado externo é cada vez mais atraente para as franquias brasileiras, especialmente num período marcado pela mais forte recessão econômica da história do País.
A pesquisa da ABF mostrou que as redes nacionais continuam avançando na internacionalização. No ano passado, a presença das marcas made in Brazil em outros países aumentou de 80 para 100 nações. No período, 142 redes de franquias nacionais atuavam no exterior; 129 possuíam operações físicas em outros países e 18 redes exportavam ou distribuíam produtos em mercados estrangeiros.
Os Estados Unidos é o país com maior número de operações físicas de marcas brasileiras (46), seguido do Paraguai e de Portugal, cada um com 34 operações:
Entre os segmentos mais internacionalizados, Moda lidera, com participação no exterior de 25,4%. Saúde, Beleza e Bem-Estar vêm em segundo lugar, com 16,9% e Alimentação em terceiro, com 15,5%.
Segmentos mais internacionalizados
Já com relação à presença das redes estrangeiras no Brasil, a pesquisa da ABF apurou que existem 200 marcas de 26 países atuando no País. Os Estados Unidos também lideram o quadro, com 40% de participação, em segundo lugar está Portugal (10,5%) e Argentina, em terceiro (7,0%):
De acordo com o ranking do World Franchising Council, o Brasil mantém a 4ª colocação em número de redes e a 6ª posição em número de unidades. O setor registra um faturamento anual de aproximadamente R$ 160 bilhões, mais de 140 mil unidades e cerca de 2.800 marcas de franquias espalhadas por todo o Brasil. Além disso, o franchising brasileiro responde por 2,4% do PIB e emprega diretamente mais de 1,2 milhão de trabalhadores.
A Pesquisa Trimestral de Desempenho do Franchising referente ao 4º trimestre de 2017 envolveu uma base amostral com redes respondentes que representam aproximadamente 57% do faturamento total do setor e 45% das unidades de franquias em operação.
Desempenho realizada pela ABF – Associação Brasileira de Franchising, confirmou crescimento de 8% da receita do setor. O faturamento das franquias no período saltou de R$ 151,247 bilhões para R$ 163,319 bilhões. No 4º trimestre de 2017 em relação ao mesmo período do ano anterior, o setor também cresceu 8%, cuja receita passou de R$ 43,521 bilhões para R$ 47,014 bilhões. Quando comparados o 3º e 4º trimestres, a alta foi de 12,3%.
Para Altino Cristofoletti Junior, presidente da ABF, a performance positiva das redes está associada aos fundamentos do próprio franchising. “Os princípios básicos do sistema de franquias foram colocados à prova nesses três anos de recessão econômica. Foco em gestão, treinamento e inovação refletiram em bons resultados para o franchising como um todo. O ano de 2017 foi de recuperação do setor, mesmo que lenta e gradativa, e a tendência é que o franchising, dinâmico e estruturado como é, cresça mais em 2018, dado o reaquecimento da economia brasileira”.
Além da melhora de vários indicadores macroeconômicos, a consistente queda de juros, a baixa inflação, a leve redução da taxa de desemprego e a queda dos custos dos alimentos acabaram impactando positivamente a renda real dos consumidores. Com isso, o consumo se reaqueceu (como verificado em vários ramos do varejo), o que se refletiu no franchising de forma geral, mas com mais ênfase nos segmentos ligados ao consumo.
Outro fator importante para o desempenho do setor foi a inovação, refletida em novos produtos, serviços, formatos de negócio e pontos comerciais. Esse movimento foi inclusive confirmado pela inédita Pesquisa de Inovação nas Franquias Brasileiras – realizada pela ABF em parceria com a Confederação Nacional de Serviços (CNS) e metodologia da Fundação Dom Cabral (FDC). Dentre outros dados relevantes, o estudo indicou que do total de empresas franqueadoras pesquisadas, 91,8% introduziram algum novo produto ou serviço entre 2014 e 2016. Dentre as empresas que se mantiveram inovadoras, 37,4% realizaram mudanças significativas em seus modelos de negócios no Brasil e 6,9% delas no exterior.
(Por Mercado&Consumo) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM, ABF, Franquia