A rede de restaurantes de comida asiática Jin Jin, do grupo Ornatus, prepara seu processo de internacionalização. Em dezembro, vai abrir uma unidade em um shopping em Ciudad del Este, no Paraguai. Além de expandir sua atuação para o mercado externo, a empresa tem planos agressivos que vão além do crescimento orgânico no Brasil. Está negociando a compra de uma rede brasileira e a representação de uma estrangeira.

“Temos recebido propostas para sermos sócio-operadores de restaurantes estrangeiros”, afirma o sócio-diretor do grupo Ornatus, Jae Lee. Sem revelar nomes, ele conta que quer trazer ao país uma rede de “casual dining” com faturamento anual de R$ 30 milhões a R$ 40 milhões. A Jin Jin faturou R$ 55 milhões no ano passado. Para a compra de uma rede nacional, com cerca de 50 lojas, o empresário contratou a assessoria Volt Partners, que está conduzindo a negociação.

A ida ao Paraguai não é o primeiro passo do grupo Ornatus no mercado internacional. A companhia também é dona da franquia Morana Acessórios, que tem três pontos de venda em Portugal e um showroom em Los Angeles.

No caso da Jin Jin, a internacionalização só veio após um processo de reposicionamento da marca, iniciado em 2005. Criada em 1992 como rede de fast-food chinesa, a rede procurou se aproximar do conceito de slow-food nos últimos anos, além de incorporar novos pratos para se tornar um restaurante de gastronomia asiática.

A Jin Jin tem 54 lojas em dez Estados e é mais forte no interior paulista. Até o fim do ano, espera chegar a 70 pontos. Seu cardápio foi modificado recentemente pelo chefe Kiko Hwang e o visual das lojas está sendo reformulado, com investimento de cerca de R$ 150 mil por franqueado.

Além da Jin Jin Wok, de comida asiática para shoppings, o grupo agora oferece outros dois modelos de restaurante aos franqueados: a Jin Jin Sushi, exclusivamente de gastronomia japonesa; e a Jin, com lojas de rua.

O restaurante na Ciudad del Este será da bandeira Jin Jin Wok. “Existe uma demanda reprimida nessa cidade”, diz Lee. Concentração de renda e de pessoas acostumadas a viajar e baixa concorrência são algumas das vantagens citadas pelo sócio. O investimento é uma parceria entre o grupo e um franqueado, modelo que vem sendo adotado pela Ornatus. O capital aplicado no novo ponto será metade do usual, e o retorno sobre o investimento é esperado em apenas seis meses.

Enquanto isso, a rede mais nova do grupo, a Baloné (de acessórios para um público mais jovial e de menor poder aquisitivo) não evoluiu como esperado. Ao passo que a Morana, de 2002, deve saltar de 160 para 200 pontos até o fim do ano; a Baloné, de 2007, deve passar de 27 para 30. A expectativa da empresa era alcançar 50 lojas em 2010 e 80 este ano.

O grupo faturou R$ 162 milhões em 2010, incluindo as lojas próprias, e quer crescer 25% este ano.

Por Adriana Meyge | De São Paulo
Fonte: Valor Econômico