Tem um setor da economia que só ouve falar sobre crise, de longe. É o setor de pet shop, que no ano passado, registrou até um aumento nas vendas. A criatividade para fisgar os donos dos bichinhos também ajuda, claro, a turbinar os números.

Eles são fofos, engraçadinhos, encantam as pessoas, são as paixões dos donos. Para os comerciantes do mundo pet, o melhor de tudo: eles geram gastos. Além da ração, do banho, da tosa, tem um mundo de opções, até mesmo um sapatinho, para não queimar as patinhas na hora do passeio. Ou para não sujar a casa quando voltar, lembra o comerciante Valdinei Luiz: “Porque os pets, hoje em dia, ficam em cima da cama, em cima do sofá. Então vai para a rua, como a gente, e tira o sapato na hora de entrar em casa”.

E com a crise? Será que as pessoas andam cortando os mimos e cuidados com os animaizinhos? Não! No ano passado, o faturamento do setor cresceu 7,8% e movimentou R$ 18 bilhões na economia.

O cabeleireiro Rosival Barbosa é um exemplo de dono que não economiza nos cuidados com a cachorrinha. Entre os gastos que ele tem com Nina, estão o banho, a tosa e a hidratação nos pelos, que são muito macios. “Nós que temos e gostamos tanto, é mais fácil acabar cortando outras coisas, mas quem tem [animal de estimação], não corta isso [gastos com o pet]. Posso cortar pra mim, mas para a Nina, não”.

E isso anima o setor a continuar inventando moda. E como o cão é o melhor amigo do homem, quem tem um de estimação já pode tomar uma cervejinha com ele. Já existe no mercado até uma cerveja canina, e a garrafa é igualzinha às das cervejas humanas. O líquido ainda faz bem, como explica Valdinei: “Ajuda na imunidade, tem vitamina B e o cachorro fica de companhia para o dono, para ele não tomar sozinho. A gente vive desse mercado e tem que estar sempre atualizado, colocando as novidades aí para o pessoal”.

Ter sempre um diferencial na manga é uma outra dica para enfrentar a crise. Vale até fazer comida em formato de bolo, bolinho, brigadeiro. A veterinária Juliana Bagaron mostra os falsos brigadeiros – eles tem o formato do docinho, mas é salgado e feito de soja. “Isso daqui é uma almôndega, porque o cachorro gosta mais do salgado do que do doce, tá? Isso é uma almôndega de soja, com gostinho de carne. Parece um tipo de quibe”. Os ingreditentes são da culinária humana mesmo, não tem ração, e é tudo muito saboroso.

(Por Hora 1) varejo, retail lab, núcleo de varejo, ESPM