As vendas no Dia dos Namorados, que é a terceira data mais relevante para o varejo brasileiro, registraram pior desempenho neste ano, segundo os levantamentos realizados pela Serasa Experian e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
O Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio – Dia dos Namorados 2016 mostrou que as vendas em todo o País na semana da data – de 6 a 12 de junho – recuaram 9,5% ante o mesmo período do ano anterior, o pior desempenho desde o início da série, em 2006.
Já no final de semana (10 a 12 de junho), houve queda de 10,7% na comparação com o final de semana equivalente de 2015 (5 a 7 de junho).
Somente na cidade de São Paulo, conforme a Serasa, as comercializações na semana diminuíram 8,9% e no final de semana, 8,6%.
Os economistas da empresa explicam que o crédito mais escasso e mais caro, a queda do poder de compra dos brasileiros, tendo em vista a escalada do desemprego, e a inflação ainda em patamar elevado, afetaram negativamente o movimento varejista no Dia dos Namorados deste ano.
Já o indicador calculado pelo SPC Brasil e CNDL, as vendas a prazo, caíram 15,23% entre os dias 5 e 11 de junho no País na comparação com o mesmo período de 2015, o pior resultado dos últimos sete anos.
Conforme as entidades, desde 2011, o comércio vem desacelerando o seu ritmo de crescimento para a data, sendo que nos últimos dois anos as vendas haviam registrado resultado negativo.
Em anos anteriores, as variações foram de -7,82% (2015), -8,63% (2014), +7,72% (2013), +9,08% (2012), +10,80% (2011) e 7,00% (2010).
Segundo uma pesquisa realizada antes da data sobre intenção de compras, os produtos mais procurados neste período seriam os itens de vestuário, calçados, perfumaria, floricultura, joias e bijuterias.
Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, em nota, “a intenção de presentear ainda é alta, mas neste ano houve um redirecionamento para os presentes mais baratos e geralmente pagos à vista, tendo em vista que os consumidores estão mais preocupados em não comprometer o próprio orçamento com compras parceladas”.
Sobre o desempenho do varejo para as próximas datas comemorativas, a economista pondera anda, que, embora os dados de confiança comecem a mostrar interrupção da piora que era vista desde 2014, ainda é cedo para afirmar que haverá um impacto positivo nas datas do segundo semestre.
De acordo com ela, para que a melhora efetiva seja sentida pelos comerciantes é preciso que se verifique uma tendência de melhora na confiança dos consumidores, calcada no avanço da renda e do emprego, o que, num cenário otimista, deve se efetivar apenas em 2017.
(Por Exame) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM