Há muitos meses atrás escrevi uma matéria sobre a transformação do fast fashion. Gostaria de dividir com vocês essa nova perspectiva do mercado aqui no hemisfério norte,  uma transformação de uma nova maneira de pensar e visualizar o novo varejo alinhando criatividade, tecnologia e inovação.

A mudança foi percebida em todo o mercado varejista, e atingiu a maioria das grandes marcas fast-fashion, o modelo do copy-paste foi finalmente ultrapassado e rapidamente substituído por essa nova mentalidade inovadora: para vendermos mais e obtermos maior lucro, necessitamos investir e oferecer não apenas qualidade e preço ao nosso consumidor, mas o mais importante, o diferencial criativo.

As coleções tornaram-se inteligentes, mais originais e são desenvolvidas com silhuetas bem construídas, utilizando diversas e inusitadas matérias-primas sempre atentas aos detalhes.

Em uma era contemporânea excessivamente rápida, o mercado fast fashion ultrapassou seus limites, expandiu, e sobretudo arriscou e sem perder sua essência, nascia então, o fast couture, a arte de transformar o simples+acessível em luxo+acessível.

H&M, de fast fashion a fast couture.

A marca sueca H&M possui atualmente mais de 3.700 lojas espalhadas por 61 países, além de um volume de operações online bastante significativas no mercado varejista.

Suas coleções são desfiladas na Semana de Moda de Paris, seu último desfile foi tamanho sucesso, não deixando a desejar em relação às importantes grifes de luxo.

E investe em campanhas para lançamentos de coleção, trazendo modelos conceituadas no mundo fashion como a top Joan Smalls e Adriana Lima, entre outras.

Para sua nova coleção Studio Collection, Primavera/Verão 16, lançada no início desse ano, a empresa sueca investiu em tecidos nobres como: o linho e a seda pura, e uma fantástica mistura de matérias-primas. Dificilmente utilizado pelo segmento.

H&M, noivas, felizes para sempre.

A sueca H&M lança uma coleção especialmente desenvolvida para noivas. A nova coleção Noivas – Conscious Collection/ Primavera-Verão 2016 traz três modelos distintos de vestidos e utilizando materiais sustentáveis como: tecidos orgânicos e vidros reciclados. Os preços variam de £150 a £500, e estarão disponíveis em 180 lojas em todo o mundo, e também online no site da marca.

Segunda vez vestindo famosos no Met Gala em NY.

“Manus x Machina: Fashion in an Age of Technology” foi o tema da exposição deste ano que inspirou a equipe de estilistas da H&M que misturou a tradição artesanal – como missangas bordadas à mão, que deram um efeito 3D ao vestido de Jennifer Hudson. Como também, as peças de vinil cortadas a laser do vestido de Piper America Smith.

Não foi a primeira vez que a sueca fast fashion vestiu famosos para o baile, na sua lista desse ano estavam presentes: Ciara, Jennifer Hudson, Hailee Steinfeld, Lucky Blue, Pyper America Smith e Amber Valletta.

Saber democratizar a moda não é tarefa simples. É equilibrar o produto,  preço e qualidade de maneira estratégica e dinâmica para que o ciclo evolutivo do fast fashion não se rompa, sempre buscando promissores caminhos, aproveitando as oportunidades e criando prospecção de novos negócios.

* Daniela Lago Burity é Diretora Criativa do TrendZ Bureau em Londres, um bureau de tendência de comprovação que conecta a tendência do varejo às empresas. Trend forecaster, pesquisadora, especialista em varejo com formação internacional em fashion business. Colaboradora do “O Negócio do Varejo” e de publicações de moda nacionais. Formada em Administração com Pós Graduação em Finanças Empresariais na FGV.

(Por O Negócio do Varejo – Daniela Lago Burity) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM