A gigante americana CVS retomou as conversas para comprar a DPSP, dona das drogarias São Paulo e Pacheco, apurou o jornal O Estado de S. Paulo. As negociações tinham esfriado no ano passado, mas o dólar mais valorizado em relação ao real voltou a animar a rede varejista de farmácia dos Estados Unidos. A operação é estimada em cerca de R$ 6 bilhões, segundo fontes familiarizadas com o assunto.
“As conversas entre as duas redes tinham esfriado, mas foram retomadas. Há uma certa resistência da parte da Pacheco (família Barata) e muita vontade dos sócios da Drogaria São Paulo de fechar o negócio”, disse uma fonte próxima à operação à reportagem.
A CVS, que já é dona da rede de farmácias Onofre, manifestou interesse pela compra da rede varejista em 2014.
Nesses últimos dois anos, os dois grupos estiveram muito próximos de fechar o negócio, mas houve recuo por parte dos controladores da DPSP, que acreditavam que o valor oferecido pela rede americana estava muito abaixo do que a companhia valia.
“Com a desvalorização do real, o desembolso da CVS em dólar será menor para um mercado muito atraente no País, mesmo na crise”, disse a mesma fonte.
Procurada, a DPSP não comenta o assunto. Nenhum porta-voz da CVS retornou os pedidos de entrevista. Em 2014, a CVS encerrou com faturamento líquido de US$ 139,3 bilhões, aumento de 9,9% em relação ao ano anterior.
Fora dos Estados Unidos, a CVS tem operações no Brasil, por meio da Onofre, fruto de uma aquisição feita em 2013, e em Porto Rico.
A DPSP é a segunda maior rede de varejo farmacêutico do País, atrás da Raia Drogasil, que também tem atraído interesse de fundos e empresas estrangeiras, de acordo com fontes. Ocupa a terceira posição a Drogaria Pague Menos, com sede em Fortaleza.
No fim de dezembro passado, o fundo americano General Atlantic desembolsou cerca de R$ 600 milhões por 17% do negócio, que pertence ao empresário Francisco Deusmar Queirós.
A injeção de capital feita na Pague Menos servirá para expandir a rede no Centro-Sul do País, afirmou Queirós à época do fechamento do negócio.
Crescimento
O varejo farmacêutico é um dos poucos que têm registrado crescimento no País. Levantamento da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) mostra que as redes associadas à entidade (um total de 26 grupos) movimentaram R$ 35,94 bilhões em vendas durante 2015, 11,99% maior que o do ano de 2014. O crescimento maior no faturamento dessas redes foi de não medicamentos, que atingiram R$ 12,07 bilhões no ano passado, alta de 13,72% sobre 2014.
A comercialização de medicamentos registrou R$ 23,86 bilhões, alta de 7,41% sobre o mesmo período de 2014. Dentro da categoria medicamentos, os genéricos têm sustentado a expansão do setor.
Consolidação
O varejo farmacêutico nacional vive nos últimos anos um movimento de consolidação. Em agosto de 2011, Drogasil e Droga Raia se uniram e criaram a maior rede de varejo do segmento no País.
Menos de um mês depois, a Drogaria São Paulo e a Drogaria Pacheco anunciaram associação.
A BR Pharma, que pertence ao BTG Pactual, tentou fazer o mesmo movimento e chegou a ser dona de seis bandeiras no total, mas enfrenta nos últimos dois anos dificuldades financeiras.
O grupo Ultra adquiriu em 2013 a rede Extrafarma e deve promover a expansão do negócio por meio de sua rede de postos Ipiranga. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Por Exame) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM