Em entrevista exclusiva ao Portal Giro News, o Coordenador do Núcleo de Estudos do Varejo da ESPM-SP e consultor de varejo, Ricardo Pastore, afirmou que “a regulamentação, certamente, deve trazer importantes ganhos para a gestão no varejo”. Para Pastore, ainda é prematuro prever todos os resultados da lei, pois ainda algumas coisas podem mudar até sua aprovação. Mas, no cenário atual, de como o projeto avançou na Câmara dos Deputados, os varejistas poderão colher bons frutos na operação das lojas. Confira mais detalhes.
Ganhos Reais Para o Varejo
“Hoje, o varejista é obrigado a ter uma equipe própria, ou seja, ele arca com todo o custo da gestão. Precisa contratar, demitir, treinar, sem contar todas as obrigações trabalhistas. Com essa regulamentação, ele terá a opção de terceirizar toda sua equipe ou parte dela, e as vantagens são diversas. Por exemplo, ele recebe um funcionário, se não estiver bem ele manda trocar, se alguém precisar gozar férias ou se ausentar por licença médica, ele pode ter uma reposição, e também vai poder customizar melhor seus quadros de trabalho, com uma força maior no final de semana, uma menor durante a semana. Enfim, são diversos fatores que podem trazer muitos benefícios”, explica Pastore.
Custo da Terceirização
O fato da empresa terceirizada ter que garantir todos os direitos trabalhistas de seus funcionários não é algo que deve inviabilizar a adesão ao projeto por parte do varejo, segundo ele. “Esse formato de terceirização ainda é inexistente, até pela falta de regulamentação, mas é uma questão de tempo que passe a existir se tiver o aval do senado e da presidência da república. Mesmo assim, é importante que o varejo já comece a pensar em formatos, em meios de remuneração para uma futura terceirizada, pois, quem achar primeiro a fórmula vencedora, podendo contar com esse tipo de trabalho, reduzindo custo e mantendo seu padrão, terá muita vantagem frente à concorrência”, complementou.
Lei não Impacta Promotores
Na avaliação de Ricardo Pastore, a realidade dos promotores pode até mudar em médio e longo prazo, mas não em função da lei. “Isso não muda, a pratica da terceirização, pois tirando as grandes indústrias que trabalham com quadro próprio, é muito usual a terceirização, e a lei vai contribuir para uma estabilidade jurídica às empresas. O que deve acontecer, independentemente desse debate, é uma reversão do que acontece hoje. Se o varejista entender que pode montar sua loja, sem a necessidade de contar com a indústria para fazer isso por ele, terá como benefício uma vantagem competitiva no momento de negociar. Isso significa que terá descontos maiores em relação aos demais que precisam dos promotores”, concluiu.
(Por Giro News) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM