O esforço promocional liderado pelo varejo tem, pelo menos, evitado uma piora nos níveis de volume de vendas de bens não duráveis (alimentos, bebidas) do setor neste ano. É o que mostram os primeiros indicadores, que apontam para níveis estáveis ou tímida alta na quantidade comercializada no primeiros meses de 2015. Há uma expansão maior da receita nominal das lojas porque ela está sendo “turbinada” pelo aumento da inflação no comércio.
Analistas de bancos e corretoras ainda mantêm expectativa de um fraco primeiro trimestre no setor. Indicadores de volume vendido de alimentos, bebidas e produtos de higiene e beleza mostram leve aumento de 0,4% em janeiro e estabilidade em fevereiro, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os dados consideram ajuste sazonal. São itens comercializados em supermercados, hipermercados e farmácias. O “atacarejo” não entra nesta conta. Ao se considerar apenas supermercados e hipermercados, há pequena alta de 0,2% em janeiro e mesmo índice em fevereiro.
Uma das principais dificuldades neste momento está em administrar a chegada de tabelas novas às lojas ao mesmo tempo em que as redes precisam atrair tráfego de clientes, passando a percepção (normalmente por ofertas de itens que atraem mais fluxo) de que há preços competitivos na gôndola.
As grandes varejistas de alimentos monitoram semanalmente, por bairro ou cidade, os preços de cestas de produtos que chamam tráfego, com cerca de 300 a 400 itens. Fabricantes de produtos industrializados, na área de higiene, limpeza e alimentos, tentam repassar aumentos nos últimos meses.
Especialistas acreditam que, em certas situações, o nível de volume vendido tem reagido às ações em “chão de loja”, como promoções. O Grupo Pão de Açúcar criou, na segunda metade do ano passado, uma linha de produtos com a marca “Pra Valer”, com preço, em média, 30% abaixo do líder. O Carrefour, até a quarta-feira (22/04), dará desconto de 50% na compra da segunda unidade de produtos pré-determinados.
(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM