Nova classificação de classes sociais adotada pela Abep (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa), chamada Critério Brasil, aponta 68% da população brasileira nas classes C, D e E. Na classificação antiga, eram 63%. Já a quantidade de pessoas nas classes A e B diminuiu de 37% para 32%.

O Critério Brasil de estratificação social da população, que passará a valer de forma oficial a partir de 2015, foi formulado pelos professores brasileiros Wagner Kamakura, da Rice University, dos Estados Unidos, e José Afonso Mazzon, da FEA/USP. Essa nova métrica leva em conta não apenas a renda das famílias, mas principalmente a posse de bens, o tipo de moradia, o nível educacional e o acesso a serviços públicos, como saneamento e ruas pavimentadas. Ao todo são 35 variáveis avaliadas para se chegar ao estrato social.

“[O aumento de pessoas nas classes C D e E] não significa que o brasileiro tenha empobrecido, mas pelo novo critério ficou mais difícil estar nas camadas de maior renda. Mudamos a régua”, afirma o coordenado do Comitê do Critério Brasil, Luís Pilli. De acordo com esse modelo, são atribuídos pesos e pontos à população, de acordo com o acesso a determinados bens e serviços, grau de instrução e uso de serviços públicos e tipo de moradia.

Segundo Pilli, o que chama atenção no novo critério é que, na prática, existem dois “Brasis”. Um deles é formado pelas Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, onde metade da população pertence à classe C, cerca de 30% são das classes A e B e uma pequena parcela é de classe D. Já nas Regiões Norte e Nordeste, quase a metade da população são da classe de menor renda, a classe D. Já as classes mais ricas, A e B, representam 16% na Região Norte e 13% no Nordeste.

Esses resultados mostram que o Brasil ainda é muito desigual”, afirma Pilli, ressaltando, no entanto, que houve nos últimos anos ganhos de renda nas regiões mais pobres.

(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM