Na contramão da economia, a indústria de cosméticos cresce forte. Na feira do setor que acontece em São Paulo, 65% dos expositores são estrangeiros que querem investir no Brasil.A indústria de cosmésticos não conhece o regime layoff, férias coletivas ou capacidade ociosa. Enquanto a maioria da indústria se esforça para terminar o ano no azul, uma fábrica de cosméticos na capital paulista cresceu 27% só no primeiro semestre.
“Investimos em máquinas novas, em muito equipamento de laboratório e a proposta desse investimento era, de fato, aumentar a nossa capacidade de produtividade e impulsionar o crescimento das marcas que contemplam toda a nossa empresa”, diz Celso Martins Júnior, diretor técnico da Grandha Professional Care.
Em uma fábrica instalada em São Paulo, eles fabricam o que mais se vende no Brasil: produtos para cabelo. No resto do mundo, é um pouco diferente: os consumidores compram muitos produtos para a pele. O que tem acontecido é que as indústrias estrangeiras perceberam essa diferença e têm vindo ao Brasil buscar mercado.
E que mercado. Mais de 200 milhões de habitantes com fama de gente vaidosa. De janeiro a junho deste ano, a produção do setor cresceu 7% na comparação com o mesmo período do ano passado. O faturamento também aumentou, 12,6%, e chegou a R$ 19,5 bilhões.
O diretor de uma empresa alemã veio ao Brasil para uma feira do setor e tem a explicação. “Geralmente quando a economia está fraca, a indústria de cosméticos vai bem. Isso acontece na Europa e talvez seja a razão aqui. As pessoas dizem: bem, se eu não posso comprar um carro, vou cuidar bem de mim”, explica Ian Ianichen, diretor de planejamento da alemã Straetmans.
Uma empresa americana concorda e investiu US$ 20 milhões em uma fábrica no Rio de Janeiro. “A gente vai ter mais competitividade localmente atendendo os nossos clientes com os produtos que vão ser produzidos aqui até o primeiro semestre do ano que vem”, diz Wiron Viana, gerente de vendas da Lubrisol.
Nesse ritmo, o diretor de uma companhia inglesa diz que é preciso correr. “O mais importante é você ganhar seu nome cedo no Brasil. Você tem que estar no Brasil”, afirma Thomas Kerfoot, diretor comercial do Kerfoot Group.
(Por Varejista) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM