O Grupo Arezzo, dono das marcas Arezzo, Schutz, Alexandre Birman e Anacapri, vai aumentar sua presença no e-commerce com lojas online administradas pela própria companhia.
Essa aposta nas vendas pela internet, setor que cresce entre 20% e 30% ao ano no país, vai começar este mês, com as novas plataformas da Schutz, grife voltada para mulheres das classes A e B. Em 2015, a estratégia será estendida para as demais marcas.
Ao investir na web, a empresa segue de perto o que gigantes mundiais estão fazendo. Recentemente, a Nike e a Adidas lançaram suas lojas online próprias no país. Concorrentes diretas da Arezzo, como a Capodarte, têm apostado em seções exclusivas dentro de sites de vendas online, como Dafiti.
O setor de moda e acessórios representa 10,5% do faturamento do e-commerce brasileiro, que vendeu R$ 28,8 bilhões no ano passado, alta de quase 30% em relação a 2012, segundo a empresa de pesquisas e-bit. A expectativa do segmento é crescer pelo menos 20% neste ano, apesar da redução da atividade econômica.
Segundo Alexandre Crivellaro, diretor executivo do Ibope E-commerce, o consumidor está mais disposto a comprar calçados pela internet porque, de maneira geral, as empresas que atuam no ramo melhoraram o atendimento pós-venda. “Há empresas que permitem que o consumidor devolva o produto duas ou três vezes”, diz Crivellaro.
“É um setor em que a venda pelo celular também funciona bem. Há casos em que o mobile representa mais de 15% do total das vendas pela web.”
Pensando nesse potencial, a Schutz vai lançar seu novo site de vendas pela internet e também um aplicativo que permitirá a compra de um sapato em um clique.
Hoje, mesmo antes da “virada” da plataforma, cerca de 7% das vendas da Schutz – marca que faturou R$ 117 milhões no segundo trimestre, equivalente a 37% das vendas totais do Grupo Arezzo – já são fechadas pela internet. Do total vendido online, 20% têm origem em dispositivos móveis.
Segundo o diretor comercial do Grupo Arezzo, David Python, a ideia é elevar esse porcentual a 10% até dezembro. Para montar a oferta da Schutz na web, a empresa identificou que suas consumidoras estão dispostas a receber novidades da marca em tempo real.
Isso facilitará a comunicação por dispositivos móveis. Como a cliente da Schutz gasta, em média, R$ 400 em cada compra, a definição do “desenho” do aplicativo para celular foi desenvolvido com o sistema operacional iOS, do iPhone, em mente – o mais usado entre as compradoras.
O novo aplicativo da marca, batizado de “Schutz Now”, vai funcionar como uma espécie de “Tinder dos sapatos”, pois a seleção dos produtos se assemelhará à lógica do aplicativo de relacionamentos.
A cliente vai escolher se gosta ou não do produto apresentado – todos os itens “curtidos” vão para o carrinho de compras, para depois ela selecionar quais pretende comprar.
O aplicativo terá ainda uma ferramenta em que a usuária poderá montar seu próprio sapato, fazendo escolhas a partir de uma cartela pré-definida de modelos, formas e cores.
Multicanal
Segundo Python, a experiência da Schutz na venda pela internet servirá de aprendizado para estender o projeto, no ano que vem, para a Arezzo, marca que ainda concentra mais da metade das vendas do grupo.
O executivo diz que é importante que o grupo saiba usar a operação online para incentivar a venda na loja física. “Os franqueados vão ser informados sobre o que a cliente de sua região está comprando pela internet. E poderá usar essa inteligência ao montar o estoque.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Por Exame) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM