É isso que indicou pesquisa recente da Kantar Worldpanel, instituto que visita semanalmente 11,3 mil domicílios em todo o País para checar o consumo diário de 80 itens.
O estudo, divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo, mostra que, para fugir dos efeitos da inflação, o consumidor cortou em duas vezes as idas aos supermercados no último trimestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2013. Esse comportamento se observa em todas as classes sociais, porém com menos força entre as pessoas com maior poder aquisitivo.
A menor frequência, entretanto, foi compensada por um maior volume de compras. Em média, o número de itens adicionais adquirido a cada visita à loja cresceu 7%. As classes D e E, porém, compraram muito mais do que a média: cerca de 12%.Segundo Christine Pereira, diretora comercial da Kantar, o peso do consumo de alimentos e bebidas no orçamento dessas famílias pobres é muito alto, chegando a 35%, em comparação a 18% nas camadas A e B, e 29% na C.
Entre as pessoas das classes média e alta, as compras no supermercado concorrem com outras despesas como internet e TV a cabo, o que explica o menor número de itens adicionais.
Christine Pereira também observou que as classes D e E não abriram mão no trimestre dos produtos incluídos em suas cestas de compra. Entre eles, pratos prontos congelados, sucos prontos, limpadores e fraldas.
Quem ganha com a inflação, que reduz o poder de compra do consumidor, são os atacarejos e os hipermercados. Este último formato, que vinha crescendo bem menos do que os supermercados, volta a ser mais frequentado pelo brasileiro. Isso por conta dos preços normalmente mais baratos, mas também pela disposição do público de comprar mais itens a cada compra.
(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM