Com 57 lojas das bandeiras Zara e Zara Home no Brasil, o grupo espanhol Inditex, maior varejista de vestuário do mundo, faturou R$ 962 milhões no país no ano passado.
A informação foi divulgada nesta terça-feira pelo diretor-geral da Inditex no país, João Braga, que não informou qual a taxa de crescimento das vendas da empresa no ano passado, tampouco a previsão para este ano.
Braga vai depor amanhã na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) que investiga trabalho escravo. A Zara é a primeira empresa que prestará esclarecimentos na comissão e, até agora, a única convocada oficialmente para isso.
Na tarde de hoje, a companhia convocou jornalistas para falar sobre as suas iniciativas de responsabilidade social e combate ao trabalho degradante no setor têxtil, nas quais investiu R$ 20 milhões desde 2003. A maior parte desse montante — R$ 14 milhões — foi aplicada em projetos que surgiram após o envolvimento em denúncias de trabalho escravo na sua cadeia produtiva.
Em 2011, duas empresas subcontratadas pelas confecções Aha e Rodhes — que tinham entre os seus clientes comerciais a Zara — foram flagradas com trabalhadores em condições análogas à escravidão.
No caso da Aha, a Zara chegou a ser notificada e responsabilizada judicialmente. Os negócios com a Aha foram interrompidos e a Zara assinou um termo de ajustamento de conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho (MPT), que venceu no fim do ano passado.
Com a Rodhes, no entanto, a relação comercial permanece. A Zara nem chegou a ser notificada sobre o tema. “Quando tomamos ciência das denúncias, a situação na Rodhes já estava regularizada”, informou Braga.
Etiqueta
Ainda neste ano, a Inditex pretende lançar no Brasil uma etiqueta especial para os seus produtos fabricados no país. Por meio de um aplicativo de celular, o consumidor poderá saber informações as confecções de procedência de cada item, informou o executivo.
Batizado de “fabricado no Brasil”, o projeto consiste em mostrar, na etiqueta de todos os produtos feitos no país, informações sobre a mercadoria e o fornecedor, como sua localização e o total de trabalhadores que emprega. “Não é marketing. É a política de transparência da empresa”, disse Braga.
Para checar essas informações, o consumidor deverá baixar um aplicativo com leitor de QR code ou código de barras e fazer a leitura com o smartphone.
“A rastreabilidade do produto já temos, mas queremos dividir essa informação com o consumidor de forma transparente”, diz o executivo.
A empresa também anunciou que financiará com cerca de R$ 6 milhões o projeto de criação do Centro de Integração à Cidadania do Imigrante, da Secretaria de Justiça do Estado de São Paulo. O centro vai dar apoio social aos imigrantes que chegarem ao país – na parte de documentação e, possivelmente, de formação profissional.
(Por Valor Econômico) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM