A taxa média de juros cobrada do consumidor fechou 2013 em 38% ao ano, alta de 4,1 pontos percentuais frente ao registrado no ano anterior, informou o Banco Central nesta quarta-feira (28). O aumento é superior ao promovido pelo governo na taxa básica de juros, a Selic. No período, ela passou de 7,25% para 10% ao ano, alta de 2,75 pontos percentuais. E acima da taxa de captação dos bancos, que ficou em 3,9% no período.  A taxa de 38% refere-se ao crédito concedido a pessoas físicas com os chamados recursos livres, que excluem o crédito habitacional, o crédito rural e o concedido pelo BNDES. A diferença de aumento frente à taxa definida pelo governo ocorre mesmo com o recuo verificado no juro cobrado do consumidor em dezembro. Houve queda de 0,5% para pessoas físicas e de 0,1% nas linhas oferecidas às empresas neste segmento. Segundo Tulio Maciel, chefe do departamento econômico do BC, os consumidores usaram o 13º salário para organizar a vida financeira, além de fazer compras. Com isso, houve redução no uso do cheque especial, que tem peso importante na taxa de juros consolidada por se tratar de uma linha mais cara. “Aparentemente mostra-se inconsistente, mas é um efeito estatístico de composição. Você tira da sua amostra aquela parcela que tem a taxa de juros mais elevada”, afirmou. Em dezembro de 2012, segundo ele, ocorreu o mesmo fenômeno, mas como a trajetória de juros era de queda, ao contrário do ano passado, seu efeito não foi tão perceptível. O novo ciclo de aperto monetário promovido pelo BC – este mês houve novo reajuste na Selic para 10,5% – tem como objetivo controlar a inflação. Com os juros altos, fica mais caro tomar empréstimos e fazer compras parceladas. Ao aumentar a taxa básica, o governo busca desestimular o consumo e, assim, conter os preços. No segmento de recursos direcionados pelo governo, contudo, o reflexo da alta da taxa básica de juros é bem diferente: no ano, ela subiu apenas 0,5 ponto percentual, fechando 2013 em 7,5% ao ano. Em dezembro, ela se manteve estável, com pequena alta de 0,1% apenas nas linhas para as empresas.

(Fonte: Folha) Varejo, Núcleo de Estudos do Varejo, Núcleo de Estudos e Negócios , Retail Lab