Segundo análise do relatório Economia Brasileira em Perspectiva, apresentado ontem (24/4), pelo Ministério da Fazenda, os alimentos terão desaceleração significativa nos próximos meses, principalmente entre maio e agosto. Esse cenário pode contribuir para que o IPCA seja menor do que os 5,8% observados em 2012, o que já será considerado um bom resultado pelo governo.
Segundo a Fazenda, “os preços dos alimentos que mais contribuíram para a inflação anual de 2012 ressaltam a importância dos choques de oferta doméstico e externo para a inflação ao consumidor”. A produção de arroz, por exemplo, foi 1,48% menor no ano passado do que em 2011. Como reflexo, este item ficou 36,7% mais caro no período, com impacto de 0,18 ponto percentual no IPCA geral.
Para Fabio Ramos, da Quest Investimentos, a tendência é que, de fato, o segundo semestre seja marcado por desaceleração dos preços, e nesse cenário os alimentos terão papel chave. Os reflexos da deflação da soja e do milho no atacado nos quatro primeiros meses deste ano devem ficar mais nítidos, já que costuma haver alguma defasagem na transmissão dessa queda. A desoneração da cesta básica também vai ajudar e Ramos não descarta que a alimentação no domicílio ficará em campo negativo em algum momento dos próximos quatro meses. “Ainda assim, temos núcleos em patamares elevados, com alta próxima de 6% nos últimos 12 meses, e índice de difusão ainda elevado, embora decrescente”, afirma Luis Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil.
(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo