O presidente da área internacional do Walmart, Doug McMillon, afirmou anteontem a analistas internacionais que era necessário entrar com o modelo “preço baixo todo dia” no Brasil porque a rede apresentava dificuldades com o formato anterior, baseado em promoções. McMillon disse que há um ano, a companhia no Brasil passava por um “período difícil” do ponto de vista do equilíbrio entre lucro e prejuízo. “Nós tinhamos um modelo operacional que não era sustentável.”

Sobre a implementação do novo modelo comercial do “low price every day”, o executivo disse que não esperava que isso levasse tanto tempo. “Francamente, isso tem levado mais tempo do que eu imaginava que levaria”, e completou: “Eu atribuo isso ao ambiente excessivamente high-low [alta variações nos preços] no Brasil”.

Segundo ele, há sinais de que o novo formato está evoluindo bem, com aumento de 7% nas transações, “porque as pessoas entram nas lojas e percebem que economizam”, mas o tráfego de pessoas na rede caiu 4% a 5%. Ele reforçou que está muito otimista em relação ao que o Brasil pode representar para o grupo no futuro.

O executivo do Walmart foi questionado sobre possibilidade de aquisições no Brasil. Circulam no mercado informações sobre o interesse da cadeia americana no Carrefour. “Nós não descartamos aquisições no Brasil”, disse, sem citar o rival. “Mas no momento, nós só queremos ser o melhor que pudermos ser”. O executivo ainda ressaltou sinais de pressão inflacionária: “Nós estamos vendo no Brasil alguma inflação”. (AM)

Por De São Paulo
Fonte Valor Econômico