A fabricante americana de alimentos Mondelez (ex-Kraft Foods) faz sua terceira tentativa de lançar o biscoito recheado Oreo no Brasil. As vendas foram retomadas no mês passado. A empresa investiu R$ 72 milhões em uma linha de produção na fábrica de Vitória de Santo Antão, em Pernambuco, onde já fabrica o biscoito Club Social e os chocolates Lacta e Bis.
Segundo a multinacional, o Oreo é líder global na categoria de biscoitos recheados, com vendas de US$ 2 bilhões ao ano. É uma das principais marcas da Mondelez – que tem em seu portfólio o suco em pó Tang, o chiclete Trident e os chocolates Lacta, por exemplo. O faturamento global da companhia foi de US$ 35 bilhões em 2012.
Em setembro, a Mondelez anunciou um plano de reestruturação de sua cadeia de fornecimento para economizar US$ 5,5 bilhões até 2016. A modernização da linha de produção do Oreo estava incluída no projeto. O novo método exige 30% menos capital e reduz os custos operacionais em US$ 10 milhões por linha.
Essa é a terceira tentativa de trazer o Oreo ao Brasil. Em 1995, começou a ser vendido aqui, importado. “Foi lançado sem suporte de comunicação, e ficou sem a força que precisava. Esteve no máximo um ano no mercado”, diz Flavio Ackel, gerente da marca no Brasil.
Em 2004, passou a ser fabricado em Piracicaba (SP), uma das quatro fábricas da Mondelez – as outras estão em Bauru (SP), Curitiba (PR) e Vitória de Santo Antão (PE). Só que algumas matérias-primas importadas foram substituídas por insumos nacionais. O gosto do biscoito mudou e a empresa descontinuou a linha dois anos depois, em 2006.
No mês passado, o Oreo voltou ao varejo, embasado por campanhas em redes sociais lançadas pela agência Lov. No começo de 2014, a Mondelez deve lançar uma campanha de marketing que inclui anúncios em TV e mídia impressa.
Oreo vai disputar um mercado com margens apertadas, vendas pulverizadas, marcas regionais fortes e que cresce apoiado na valorização do produto, não em volume.
O Oreo é produzido em 20 fábricas no mundo e vendido em mais de cem países. A linha de produção no Brasil segue o modelo de uma instalada no Peru. “A fábrica de Pernambuco é das mais modernas que a gente tem. Existe outra dessa em Lima, no Peru, instalada em 2012”, diz Ackel. “Há um plano de modernização da linha de produção em outros países, seguindo o que temos aqui.”
(Valor Econômico) Varejo, Núcleo de Estudos do Varejo, Retail Lab