Pesquisa dos preços de aluguel analisou 326 locais de compras em 62 países
A famosa rua Garcia D’ávila, em Ipanema, e o shopping Fashion Mall, em São Conrado, têm mais que o Rio de Janeiro em comum. Os endereços estão na lista dos locais que apresentaram o maior aumento anual de alugueis para o varejo em 2012 , segundo relatório da Cushman & Wakefield.
Os endereços fluminenses não foram os únicos representantes brasileiros na pesquisa, que também apresenta São Paulo como a cidade com os alugueis mais caros do Brasil e de toda América Latina e os shoppings Iguatemi e o Cidade Jardim como os locais mais caros do país para o varejo. Os endereços são exemplos de um fenômeno que já faz parte da lista de preocupações do setor de varejo no país: o aumento crescente do valor do metro quadrado de terrenos e espaços em grandes centros.
Segundo os números da companhia, São Paulo apresentou o maior aumento, de 11,5%, seguida por Rio de Janeiro (10%). E vem mais por aí. “Em 2013, com a instabilidade do dólar e a Selic em alta, tudo indica que veremos no curto prazo um aumento dos preços de terrenos”, afirma Alex Nigri, CEO da MCP Realty e MCP Commercial Properties.
Ô meu
Na lista dos locais pesquisados pela Cushman & Wakefield, São Paulo não aparece apenas como a cidade com os alugueis mais caros do Brasil e da América Latina, como também ficou na 12ª colocação na lista das cidades mais caras dos 62 países pesquisados. E ainda que preços elevados impactem o varejo nacional, a situação é um pouco diferente quando se trata de marcas internacionais que têm como base o conceito de “big stores”. “As big stores terão seu espaço garantido desde que elas comprovadamente atraiam público e consigam fazer às vezes de uma loja âncora”, avalia Rodrigo Abbud, sócio da VBI Real Estate.
“As marcas de destaque servem para ancorar o empreendimento, na medida em que tendem a ser geradoras de fluxo. Entretanto, como ‘forçam’ os aluguéis para baixo, não é possível validar o investimento em um shopping somente por meio do seu sistema de ancoragem”, atenta o professor de real estate da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), João da Rocha Lima Jr.
O estudo da Cushman afirma que, apesar de ser considerado o destino de luxo mais caro do País, São Paulo tem forte demanda deste mercado. Tanto que tem se fortalecido na cidade a criação de ruas e micro-regiões de luxo, onde há forte concentração de grandes marcas internacionais. Apesar disso, a consultoria atesta que o “protecionismo em forma de taxas de importação” pode prejudicar o crescimento deste setor no País.
(Por NoVarejo – Escrito por Ticiana Werneck e Camila Mendonça) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo