‘Setor depende menos de crédito e de taxa de juros’, diz economista. Mais de 20% dos pesquisados reclamaram de pouca demanda de produtos

A melhora no índice de Confiança do Comércio (Icom), que saiu de -3,4% no trimestre terminado em julho para -2,8% no trimestre findo em agosto, se deve principalmente à aceleração na atividade de hiper e supermercados e no comércio de alimentos e bebidas, segundo o economista Aloisio Campelo Junior, superintendente-adjunto de Ciclos Econômicos do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV).

Nesta quarta-feira (28), ao apresentar os números da Sondagem do Comércio da Fundação Getúlio Vargas (FGV), ele informou que na comparação trimestral o setor de hiper e supermercados melhou em agosto, marcando -0,5%, enquanto em julho chegou a -3,9%. Alimentos e bebidas também melhoraram: -5,2% em julho e -1,4% em agosto.

“Os segmentos se beneficiaram da desaceleração da inflação e dependem menos de crédito e de taxa de juros”, disse.

Outro setor que mostrou alta no Índice de Confiança do Comércio foi o de material para escritório e informática que, segundo o economista, tem que ser observado ainda mais alguns meses para se confirmar a tendência de alta. Ele acredita que um dos fatores para o bom desempenho se deva à alta do câmbio que pode ter influenciado o consumidor a trocar produtos importados por nacionais.

O economista afirma que o terceiro trimestre de 2013 tem sinais de desaceleração da economa, com o comércio um pouco menos afetado. “O movimento do comércio não está tão exuberante como no período de 2005 a 2010, quando crescia 8% ao ano. Mas houve melhora em agosto e o setor pode não ter desaceleração forte no terceiro trimestre”, disse.

O economista ressaltou que o consumo sustentou em muito a saída da criseem mas, agora, é necessário o investimento para aumentar a capacidade de oferta. “As concessões para obras de portos, aeroportos, rodovia e ferrovias podem impulsionar uma melhora do ambiente, e com o controle da inflação existe a possibildade de a economia voltar a crescer”, disse.

Demanda insuficiente

Em agosto, como no mesmo mês de 2012, apenas 21,8% dos setores pesquisados afirmaram não haver impedimento para o crescimento de seus negócios, e 20,8% declaram estar sofrendo demanda insuficiente, mais em agosto de 2012, quando a queixa atingou 14,2% dos entrevistados.

Dentre os segmentos que se queixam de pouca demanda por seus produtos, o setor de vestuário é que mais sofreu em agosto, com queixas chegando a 37%; apesar do dom desempenho em agosto, 28% do grupo de material de escritório e informática declararam demanda insuficientes, assim como 23% dos fabricantes de móveis.

(Por NoVarejo – Escrito por  Redação) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo