Desde sexta-feira (2/8), os supermercados de Minas Gerais estão obrigados a dispor de um local específico para a venda dos alimentos orgânicos – isentos de hormônios e agrotóxicos –, conforme determina a Lei 20.833/2013, publicada no Diário Oficial de Minas Gerais.
De acordo com Eugênio Resende, coordenador de Apoio à Agroecologia da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, a legislação chega para reforçar o momento de transição que o consumidor vive e para facilitar o acesso aos alimentos mais saudáveis. “Há anos consumimos produtos com agrotóxico, mas, agora, isso está mudando. É preciso haver uma fase de adaptação”, afirma.
Para contribuir com aqueles que já aderiram à alimentação isenta de insumos artificiais, a CeasaMinas está desenvolvendo um projeto que prevê a criação de um pavilhão climatizado voltado para o comércio de hortaliças orgânicas, com horário de atendimento diferenciado do restante do entreposto.
“Queremos estimular não só o consumo, mas, também, a produção de orgânicos no Estado. Sabemos da importância deles na vida do consumidor”, diz Wilson Guide, chefe do departamento técnico da CeasaMinas.
Produção em baixa
Apesar do aumento na demanda, a produção de alimentos orgânicos, em Minas, ainda é considerada incipiente. Atualmente, o cultivo está concentrado no Cinturão Verde de Belo Horizonte, onde predominam as hortaliças, e no Sul do Estado, dedicado ao café e ao morango.
“É um mercado que está ganhando força, mas Minas ainda está muito aquém do seu potencial. E o problema não está no custo da produção, mas na falta de conhecimento e capacitação de técnicos e agricultores, que ignoram a tecnologia disponível para o cultivo de orgânicos”, afirma Fernando Tinoco, coordenador técnico regional de olericultura da Emater-MG.
Diante do desequilíbrio entre oferta e demanda, o consumidor ainda tem dificuldades para encontrar alimentos orgânicos à venda. Atualmente, alguns supermercados de Belo Horizonte e feiras livres da cidade comercializam os produtos, que devem ser devidamente identificados. “Todo produto orgânico vendido em lojas e mercados tem que apresentar o selo de certificação em seu rótulo”, diz Gil Teixeira Filho, coordenador da Comissão da Produção Orgânica em Minas.
(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo