Já se perguntou de onde vem o peixe do seu sashimi? Se ele é capturado em área liberada para pesca e sem agredir o meio ambiente marinho? Em alguns restaurantes pelo mundo, já é possível ter a resposta na ponta do palito, ou melhor, do hashi. Através de um QR Code comestível, o cliente consegue rastrear pelo celular a origem do produto.
O britânico Mosh Mosh é um dos pioneiros no uso dessa tecnologia. Em entrevista à EXAME.com, Caroline Bennet, dona do restaurante, conta que a solução ajuda a garantir credenciais sustentáveis ao negócio.
“Nós sempre nos preocupamos em comprar frutos do mar com certificação de origem de captura ética, e a ideia de inserir o QR Code comestível impresso em papel de arroz foi uma forma divertida e peculiar de tornar essa informação mais acessível para os clientes”, diz.
Saber de onde vem o que se come, hoje em dia, significa também ter mais segurança, segundo a empresária. “Na sequência do escândalo da carne de cavalo, no no início do ano [quando encontraram carne do animal em muitos produtos que se diziam 100% bovina], aumentou a consciência e interesse das pessoas de conhecer a proveniência do alimento”.
Para garantir a origem sustentável dos seus produtos, o Mosh Mosh só compra frutos do mar que tenham o selo do Marine Stewardship Council (MSC), maior programa mundial de certificação de pesca sustentável.
O seu objetivo é garantir aos consumidores que o peixe vem de empresas bem geridas que encorajam a regeneração dos cardumes e seguem práticas legais e responsáveis. Atualmente, cerca de 10% dos peixes certificados no mundo levam o selo do MSC.
Pesca sustentável cresce e fisga “peixe grande”
Aos poucos, a certificação de pesca sustentável conquista reconhecimento no mercado. Só no Reino Unido, cerca de 40% dos peixes comercializados levam algum selo do tipo.
No começo do ano, o gigante do fast-food McDonald’s aderiu ao selo MSC em toda sua rede nos Estados Unidos, garantindo aos comensais que o peixe usado em sanduíches como o McFish tem origem sustentável.
A preocupação crescente justifica-se. Estudos mostram que as reservas de peixes e outros frutos do mar estão se exaurindo em ritmo preocupante, o que coloca a biodiversidade marinha em risco.
Um dos mais recentes, publicado na revista Science, indica que mais da metade das populações de peixes estão em declínio, levando a perdas econômicas anuais de US$ 50 bilhões.
(Por Exame) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo