Com o objetivo de compartilhar as principais tendências apresentadas na 102ª edição da NRF Retail´s Big Show de Nova Iorque, a primeira edição do Fórum Regional do Varejo – Interior SP, realizado na cidade de Campinas, nas dependências do Royal Palm Plaza Hotel, trouxe discussões, tendências e exemplos que norteam o conceito de “capitalismo consciente” na esfera do varejo atual.

Tal conceito defende que as marcas devem ter um propósito elevado, uma cultura concreta, liderança consciente e serem orientadas para os públicos de interesse. Trata-se de um novo modelo de gestão que direciona as empresas para a obtenção de resultados mais eficazes, onde os benefícios socioambientais e os benefícios econômicos têm o mesmo peso em todas as decisões corporativas. Assim, o foco passa a ser a geração de negócios sustentáveis onde prevaleçam os interesses de todas as partes envolvidas.

A palestra de abertura do vento ficou a cargo de Marcos Ambrosano, vice-presidente executivo de Produtividade, Reabastecimento e Logística do Walmart Brasil.

Em sua apresentação Ambrosano ressaltou a importância do “varejo ser simples” e “focado na sustentabilidade”, para ele, “a base de um capitalismo consciente”. “Nos temos hoje 120% das nossas unidades abastecidas com energias renováveis, por exemplo. Ser amigável do ponto de vista ambiental não pode ser mais encarado apenas como custo para uma empresa. Ser sustentável hoje é vantajoso também economicamente”, ressaltou Ambrosano.

Tecnologia e mudança de comportamento

Na sequência, o painel “Tendências para o Varejo”, ressaltou a importância da tecnologia para o setor. Com as participações de Frederico Trajano, do Magazine Luiza, Rodrigo Palermo e Gustavo Carrer, do Sebrae e Luis Rasquilha da Ayr Consulting as novas tecnologiase os novos comportamentos do consumidor permearam o debate. O painel foi mediado por Jacques Meir, diretor de conhecimento e inteligência de negócios do Grupo Padrão.

Luis Rasquilha, da Ayr Consulting, destacou algumas tendências para o varejo mundial, tendo a conectividade e a convergência como destaques. “Não basta ter um ecommerce, o desafio agora é traduzir essa interatividade com atratividade para o consumidor. Isso também é varejo consciente”, avaliou Rasquilha.

Para Frederico Trajano, do Magazine Luiza, “nada transformou ou vai transformar mais o varejo no mundo do que a Internet”. “Hoje o varejista tem que ser um importante produtor de conteúdo. Isso faz toda a diferença para quem quer obter sucesso nas vendas online”, destacou. Para Trajano, o social commerce é “a nova fronteira para o varejista”.

Rodrigo Palermo e Gustavo Carrer, do Sebrae trouxeram uma análise do ambiente de negócios do varejo moderno, mais competitivo, complexo e global. “Hoje com a multiplicação dos canais de venda e consumidores mais informados e conectados, notamos que os pontos de venda se multiplicam e se reinventam, diversificando produtos e seu próprio negócio”, disse Palermo.

O comportamento do consumidor na internet realmente vem mudando o conceito de ecommerce. Gustavo Carrer provocou: “Se no varejo físico temos o melhor ponto da cidade como o melhor ponto de venda, por que não ter então as rede sociais como o melhor ponto de venda na internet?”.

Para Carrer, criativdade, agregando valor e serviço ao varejo é fundamental. “Temos que ‘descomodotizar’ o produto trazendo novas experiências. Estilo, design, novas funcionalidades… observamos hoje uma infinidade de temas e produtos sendo revisitados e explorando novas oportunidades que recriam antigos produtos e impulsionam o consumo e porque não um estilo de vida. A tendência retrô está aí e confirma o sucesso de muitas marcas”.

Vendas na internet

“Dá para ganhar dinheiro com ecommerce?”- a pergunta partiu do mediador Jacques Meir, tendo como cenário uma economia virtual ainda tímida para muitos setores e empresas no país. Segundo Trajano “dá, e muito”, mas, para o empresário “não podemos comparar um varejo físico maduro, como o do Brasil, com um comércio virtual que começa agora a dar frutos por aqui”.

Neste caminho Luis Rasquilha foi incisivo: “Não há como não enfrentar a tecnologia. Quem não entender isso não estará no mercado. É uma tendência clara e sem volta para o varejo”.

Integrar o mundo físico e virtual, utilizar as novas tecnologias, agregar valor ao produto, incentivar a sustentabilidade, oferecendo descontos e promoções para quem está disposto a abraçar esta causa, envolver seu cliente através dos diversos canais existentes, ter um posicionamento proativo e dialogar com ele, estes foram alguns dos pontos de destaque na edição do Fórum Regional do Varejo – Interior SP. Premissas que ressaltando que nosso varejo tem fôlego para seguir inovando e crescendo, seja no interior ou nos grandes centros.

O Fórum foi idealizado pela ACIC – Associação Comercial e Industrial de Campinas e a CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas de Campinas, e contou com aproximadamente 310 participantes.

(Por NoVarejo) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo