>Nos últimos cinco anos, a rede norte-americana tem se esforçado para tornar sua operação “mais verde”. Em 2010, a empresa anunciou um plano agressivo para eliminar 20 milhões de toneladas métricas de gás de efeito estufa em toda a sua cadeia de suprimento até o final de 2015. Isso equivale à emissão de 3,8 milhões de carros durante um ano.
A rede também luta para tentar convencer cada vez mais fornecedores – e mesmo outros concorrentes – a participar do índice de sustentabilidade, uma nova medida que está sendo estudada pela Universidade do Arkansas (EUA) para integrar o rótulo dos produtos, que passariam a apresentar uma espécie de RG do seu impacto ambiental.
Idealizado pelo Walmart, o projeto já envolve mais de 50 empresas, incluindo fabricantes das três categorias que serão rastreadas: alimentos, higiene & beleza e eletrônicos. A expectativa é de que o trabalho esteja pronto até 2015.
Essas iniciativas fazem parte da proposta do Walmart em sustentabilidade, fundamentada em três grandes metas: adotar 100% de energia renovável, ter zero de desperdício e oferecer produtos sustentáveis mais baratos. Os 15 países em que a rede atua, incluído o Brasil, trabalham nesse sentido. É um projeto de longo prazo, visando não só mudar a imagem da empresa, mas também ter um diferencial competitivo, já que a rede encomenda produtos exclusivos aos fornecedores.

Preço mais acessível
Segundo Matt Kistler, vice-presidente de sustentabilidade da rede, o consumidor está sob pressão e não vai comprar um produto sustentável se o custo menor também não fizer parte do pacote”, diz. De acordo com ele, o Walmart tem trabalhado com seus parceiros para que o produto tenha menos perdas e custo menor, seja na fábrica ou ao longo do tempo, na casa do cliente (como as lâmpadas LED, que duram anos). “Meu desafio para a cadeia de produção é: mostre-me por que esse produto não pode custar menos”, diz o executivo.
Um exemplo vem do Brasil, com a marca de amaciante Comfort, da Unilever. Foi desenvolvida uma embalagem de meio litro, com o produto concentrado, equivalente à de dois litros oferecida até então. “Custa menos e oferece o mesmo rendimento”, diz ele. “Com isso, há menos desembolso em embalagem, transporte, eletricidade, água”, diz.
Outra recente tacada da rede são as lojas de “alta eficiência”, ou HE (do inglês “high efficiency”). Trata-se de um modelo desenhado para aumentar entre 25% e 30% a eficiência energética do ponto de venda, em comparação ao que era adotado nas lojas abertas em 2005. No Brasil, foram abertas seis lojas com a proposta de consumir 25% menos de energia e 40% menos de água. O sétimo ponto de venda será inaugurado semana que vem, em Itu (SP), o que deve fazer com que o país lidere o número de lojas desse modelo. Nos Estados Unidos, são seis atualmente e, ao redor do mundo, são 20 unidades.

Pro Valor Econômico (SM)