>No ano passado, Franck Riboud, presidente mundial da Danone, declarou que a empresa tinha 1 milhão de euros em caixa para investir em aquisições, sobretudo em países emergentes. No mês passado, as palavras ganharam aplicação prática: a companhia francesa anunciou fusão com a Unimilk, segundo maior laticínio da Rússia. Movimentação semelhante pode ocorrer no Brasil.
Na semana passada, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico recomendou a venda de marcas como a Batavo como uma das possibilidades para aprovação da fusão Perdigão-Sadia. Em entrevista ao jornal Brasil Econômico, Mariano Lozano, presidente da Danone no Brasil, admitiu que se a Batavo for à venda, há interesse da Danone. “Estamos abertos a considerar novos negócios. Não só de empresas maiores, mas também de regionais. O Brasil está ficando cada vez mais importante para o grupo”, afirmou. O raciocínio tem relação com as estratégias traçadas pela matriz francesa, que desde de 2007 definiu que não compraria mais empresas globais, e sim fabricantes locais.

R$ 2 billhões no Brasil
A meta da companhia é dobrar de tamanho no Brasil até 2012, alcançando R$ 2 bilhões em faturamento. Produtos lácteos frescos, principal segmento de atuação, já pularam de R$ 1 bilhão em 2008 para R$ 1,3 bilhão em 2009.
Para crescer no Brasil, a Danone se apoia em um série de projetos que inclui aumento da produção no Nordeste e retomada, neste ano, das vendas porta a porta. Estrela do portfólio da empresa, a linha Activia já está em 30% dos lares brasileiros e registra os maiores crescimentos de venda registrados pela Danone no País.

Bonafont, a nova aposta
Os bons índices de venda registrados por Bonafont, marca de água com baixo teor de sódio, inspiraram uma mudança interna na Danone. A partir de hoje, a empresa inaugura sua divisão de águas com uma equipe específica para trabalhar o crescimento do produto. Segundo Lozano, o consumo per capita de água mineral ainda é baixo no Brasil. A equipe da nova divisão terá a missão de engordar a receita, cujos números atuais o executivo não revela. No México, Bonafont detém 4% do mercado.

Fonte: Brasil Econômico/SM