Fortes resultados divulgados por Marisa, Renner e Arezzo no terceiro trimestre sinalizam que o varejo de moda pode ter deixado para trás a desaceleração que começou em agosto do ano passado.
Os números, informados nesta semana, surpreenderam quem esperava retomada mais robusta apenas no fim do ano, principalmente depois que a Hering reportou um balanço fraco, com avanço de apenas 1% da receita e queda no lucro.
Ontem, a Marisa divulgou aumento de 95% no seu lucro líquido, que alcançou R$ 66,3 milhões no terceiro trimestre. O resultado ficou muito acima das expectativas dos analistas ouvidos pelo Valor.
As vendas líquidas da empresa alcançaram R$ 729,9 milhões, em alta de 30,7%. Mas a recuperação fica mais evidentes a partir da análise do desempenho nas lojas abertas há mais de um ano. Nestas unidades, as vendas da Marisa subiram 17,2%, bem acima do registrado na média dos primeiros nove meses do ano, alta de 8,1%.
No seu relatório de desempenho, a Marisa citou o aumento da massa salarial, o nível de endividamento das famílias e a confiança do consumidor como fatores que contribuíram para o resultado. Mas algumas particulares da operação da varejista também surtiram efeito positivo. Entre elas, a Marisa destacou as fortes vendas dos produtos de inverno na liquidação, antecipação de lançamento da coleção de primavera-verão e a introdução da venda de calçados em diversas unidades.
Com uma venda maior por m2, e controle das despesas, a Marisa conseguiu ampliar sua margem Ebitda em 2,1 pontos percentuais.
O resultado da Renner, divulgado na terça-feira, animou os investidores. Ontem, as ações da companhia encerraram o pregão em alta de 3,3%, a segunda maior do Ibovespa, que caiu 1,07%.
O lucro líquido da Renner no terceiro trimestre aumentou 20,9%, para R$ 68,5 milhões, enquanto a receita subiu 22,2%, para R$ 803,3 milhões. Assim como na Marisa, o indicador de vendas “mesmas lojas” mostrou retomada. Cresceu 13,2%, acima da alta média nos nove primeiros meses do ano, de 7,1%.
Em patamares mínimos de inadimplência, a operação de serviços financeiros da Renner também ajudou no resultado. “Sentimos que a renda continua a crescer e a inadimplência está caindo”, disse José Galló, em teleconferência com analistas ontem. Para ele, os resultados no quarto trimestre serão uma “extensão” do terceiro.
Com a Arezzo, a história foi semelhante. As vendas nas franquias abertas há mais de um ano subiram 14,2%, enquanto nos nove primeiros meses do ano, o indicador avançou 11,9%, na média entre os três trimestres.
Em forte ritmo de expansão de área de vendas, a receita líquida da Arezzo alcançou R$ 246,7 milhões, em alta de 30,6% e o lucro cresceu 10,2%, para R$ 28,6 milhões.
Embora o resultado na última linha não tenha sido tão bom, o avanço da receita surpreendeu as expectativas da Planner, assim como o lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda), que cresceu 20%, para R$ 42,7 milhões. Um dos destaques do resultado, segundo a Planner, foi que todas as marcas da empresa (Arezzo, Schutz, Alexandre Birman e Anacapri) tiveram crescimento de dois dígitos.
Restoque, dona da Le Lis Blanc, e Guararapes, controladora da Riachuelo, divulgarão resultado nos dias 13 e 14 de novembro, respectivamente.
(Por Valor) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo