Ainda que o mundo virtual os coloque em contato com uma gama infindável de clientes, a presença de uma loja física ainda é vista pelos varejistas, e pelos próprios consumidores, como um porto seguro, que irá servir como um colchão amortecedor, caso as vendas pela internet não ocorram conforme o esperado inicialmente.
Apesar disso, o movimento observado entre os comerciantes, principalmente aqueles com estabelecimentos físicos há algum tempo, parece ser cada vez mais de migração para o virtual, tendência que não deve ser revertida no futuro, uma vez que os gastos de investimento e manutenção são sensivelmente menores.
Embora não venha a terminar com as lojas presenciais, assim como a televisão não acabou com o cinema, nos próximos anos devem surgir, de maneira exponencial, comércios apenas virtuais altamente especializados. Também deverá se verificar uma elevação da participação das vendas via computador entre aqueles varejistas com estabelecimentos físicos.
Um caso, que chega a ter ares folclóricos no que se refere a empreendedorismo no varejo brasileiro, é o da Polishop, que tem na televisão uma importante fonte de captação de clientes, através da exposição de seus produtos de forma caricata e bem humorada.
A rede iniciou seus negócios em 1999 já com a estratégia de ser multicanal, e em 2003 inaugurou suas primeiras lojas físicas.
Hoje, 60% do faturamento da rede vem dos estabelecimentos comerciais que estão localizados dentro de shopping centers, enquanto a internet responde por 14%. O canal porta a porta representa 3%, e os 23% restantes vem do call center, onde muitos dos clientes que assistem os programas da Polishop na televisão vão efetivamente realizar a compra.
“Não entendo que os canais competem entre si, acredito que eles se somam, criam sinergia”, afirma João Appolinário, presidente da Polishop.
A nova aposta da companhia é incrementar a possibilidade de experimentação do cliente dentro da loja, que pode testar todas as conveniências e funcionalidades dos produtos expostos na televisão e internet.
Chamada de Polishop Experience, a rede vai encerrar o ano com cinco lojas que levam esse novo conceito, duas ainda a serem inauguradas, uma no próximo dia 28, em um shopping de Florianópolis, e outra no dia 15 de novembro, em um centro comercial de São Bernardo.
“Sem dúvida, é clara e transparente a importância da loja física para o varejo”, pondera o presidente da Polishop.
Um dos pontos que ainda gera desconforto para a clientela é em relação ao produto adquirido pela internet, mas que não pode ser trocado em uma loja física da mesma empresa.
“Tudo que é comprado no virtual tem de ser finalizado e resolvido no virtual. A loja física pode dar um apoio para ajudar na solução do problema, mas ele tem de ser resolvido no mesmo canal de compra dele”, ressalta Appolinário.
Nos Estados Unidos, onde o comércio eletrônico é mais desenvolvido do que no Brasil, a tendência que começa a ganhar força é a de totens que são instalados dentro da loja física, pelos quais os clientes também podem fazer suas compras, tendo a disposição um estoque mais amplo do que o disponível no estabelecimento.
(Por Brasil Econômico) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo