Com mais de 10 mil lojas espalhadas pelo México e algumas na Colômbia, a rede de lojas Oxxo durante quase uma década foi uma operação nada lucrativa para o grupo Coca-Cola Femsa. “Era um sonho distante que conseguimos realizar com eficiência e organização”, conta José Carlos Fernandez Carvajal, CEO do grupo.
Agora, 33 anos após seu surgimento no mercado, a rede, cujo modelo lembra uma loja de conveniência Brasileira — ainda que ofereça uma gama de serviços muito mais diversificada — pode chegar ao Brasil dentro de algum tempo. “Entrar no mercado brasileiro será um grande salto”, diz o executivo. Salto, não só pela distância da sede, no México, mas também pelas diferenças culturais e de consumo.
Por isso, Carvajal explica que a experiência da rede na Colômbia pode auxiliar o grupo no estudo de mercado. Para uma empresa que demorou a dar retorno, a Oxxo vai muito bem. Atualmente, a rede responde por um terço da receita do grupo Femsa. Todos os anos, são abertas cerca de 1,2 mil novas lojas da rede. Além de comercializar todo o portfólio de bebidas produzido pelo grupo, as lojas vendem alimentos e serviços, como passagens aéreas, por exemplo. O cliente pode entrar na loja, comprar pelo computador disponível o seu bilhete e pagar na hora, no caixa. Carvajal acredita que o segredo do sucesso da Oxxo está na aproximação com o cliente.
Segundo o executivo, o cliente, cada vez mais exigente, demanda das empresas o constante investimento em novidades. “Por isso, investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e tecnologias é fundamental para nós”, diz.
Segundo ele, os investimentos feitos em inovação nos últimos anos foram muito bons, “mas queremos investir muito mais”, diz, sem revelar valores.
Nos próximos anos, o grupo deverá crescer de duas maneiras. Primeiro, pelo aumento nas vendas, e aí o trabalho de inovação e lançamento de produtos é fundamental. Por outro lado, a companhia também tem um plano estratégico forte para expandir sua área de atuação por meio de fusões e aquisições.
Lácteos
Carvajal explica que a compra do Grupo Indústrias Lácteas do Panamá, dona da marca Estrella Azul, ainda é algo pequeno perto dos planos da companhia. “Mas esta primeira experiência nos permite aprender sobre como o mercado funciona”, diz. Ele afirma que os mercados de não alcoólicos especialmente de sucos e lácteos, vem crescendo de forma mais acelerada dentro do grupo e não descarta novas aquisições nestes dois segmentos. Por isso, eles estudam, inclusive, lançar um produto que é uma junção de suco de frutas e leite, mas diferente do iogurte. “A América Latina é um mercado muito fértil e cheio de possibilidades para nós”, diz. O Brasil, que foi uma das últimas operações adquirida pelo grupo, já responde por 20% dos negócios da companhia, cujo 50% do mercado está no México.
(Por GS&MD) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo