Segundo o e-bit, após 10 anos, as empresas começam a buscar rentabilidade e passam a aumentar os dias de entrega para reduzir a expectativa do consumidor no Brasil.

O setor de e-commerce brasileiro cresceu 21% no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, somando R$ 10,2 bilhões nas vendas, apontam dados do e-bit. Somente as compras feitas no Dia das Mães e no Dia dos Namorados totalizaram R$ 1,7 bilhão.

“Mesmo com a desconfiança de que a crise mundial possa provocar impactos aqui no Brasil, o número de e-consumidores cresceu de maneira significativa por causa da classe C. No primeiro semestre do ano, 5,6 milhões de consumidores fizeram sua primeira compra on-line”, afirma Cris Rother, diretora de negócios da e-bit.

Diante deste aumento, o número de e-consumidores passou para 37,6 milhões, o que corresponde a atingir quase 50% dos internautas no Brasil.

Neste mesmo período, foram realizados quase 30 milhões de encomendas nas lojas virtuais, com tíquete médio de R$ 346. Na mesma época de 2011, o número foi de 25 milhões.

Segundo o índice Fipe/Buscapé, o preço médio dos produtos na internet caiu 0,31% no mês de junho. Nos últimos 17 meses, apenas o mês de agosto de 2011 e janeiro deste ano registraram aumento. Em um ano, a queda é de 7,07%.

Busca por rentabilidade

De acordo com Leonardo Palhares, vice-presidente de estratégia da câmara-e.net, os lojistas estão buscando mais rentabilidade, diminuindo o número de vezes de pagamentos sem juros, menos frete grátis e mais dias para a entrega. Com isso, a satisfação do cliente caiu.

“O país sofre com desafios logísticos e as empresas têm trabalhado em cima disso para reduzir a expectativa do consumidor de comprar e receber em dois ou em três dias. Agora, o prazo de entrega aumentou para sete dias”, destaca Palhares.

Entre os itens mais vendidos, o setor de eletrodomésticos e de saúde, beleza e medicamentos lideram com 13%. Já em segundo lugar ficou moda e acessórios, com 11%, e em terceiro, com 10%, o segmento de livros e assinaturas de revistas e jornais.

Perspectivas

Para este ano, a expectativa de crescimento é de 20%, contra projeção de 25% anteriormente. O faturamento deve atingir R$ 22,5 bilhões. Palhares explica que a expansão para 2012 foi reduzida porque “a crise internacional assustou os consumidores, que já estavam endividados, e ficaram mais cautelosos”, pontua.

Compras pelo celular

O levantamento realizado pelo e-bit aponta que as compras on-line feitas pelo celular ou por tablets responderam por 1,3% do total no primeiro semestre. No mesmo período do ano passado, esse número era de apenas 0,3%.

“O setor de mobile tende a revolucionar o mercado de e-commerce. Ano que vem teremos um crescimento muito maior. Hoje nos Estados Unidos, o valor já atinge 5%”, mostra Palhares.

Ele pontua ainda que 53% das compras feitas por esses aparelhos são feitas por mulheres. “Este segmento é interessante, pois as pessoas que compram pelo celular possuem renda muito maior do que os consumidores padrão, de R$ 7 mil, contra R$ 4 mil”, completa.

(Por Brasil Econômico) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo