A transferência do controle acionário do Grupo Pão de Açúcar para os franceses do Casino, que acontece nesta sexta-feira, 22, conforme acordo firmado entre o empresário Abílio Diniz e o grupo de Jean-Charles Naouri em 2005, está cercado de incertezas. A principal delas gira em torno das animosidades entre ambos os empresários, acirradas principalmente depois que Diniz tentou comprar, sem o consentimento do sócio francês, o principal rival do Casino na França, o Carrefour, no ano passado.

Outra possibilidade aventada pelo mercado seria a suposta separação do negócio, com o empresário brasileiro assumindo o controle da Viavarejo, operação que engloba as marcas Ponto Frio e Casas Bahia, e os franceses no comando do Pão de Açúcar.

“Hoje é um dia muito importante. Dia que demonstro que cumpro os contratos e compromissos. Hoje transfiro o controle do GPA. Estou bem, sereno e tranquilo. Forte e preparado para todas as coisas que virão pela frente”, comenta Abilio Diniz, pelo Twitter. Com a mudança, o Casino ficou com 43% do capital total do Pão de Açúcar e Abilio Diniz com 20,5%, o maior acionista minoritário. O Casino terá ainda direito a indicar oito dos 15 membros do conselho.

Três deles serão apresentados nesta sexta-feira, 22, como Eleazar de Carvalho Filho, ex-presidente do BNDES, Luiz Augusto de Castro Neves, ex-embaixador do País na China e no Japão, e Roberto de Lima, ex-presidente da Vivo. Diniz garante três vagas, incluindo a presidência, e mais quatro membros independentes.

Em 2005, o Casino pagou US$ 881 milhões pelo Grupo Pão de Açúcar, que na época tinha um faturamento de R$ 16,1 bilhões e valia algo cerca de R$ 6 bilhões. Hoje, o maior grupo varejista do Brasil, fundado em 1948 por Valentim dos Santos Diniz, pai de Abilio, fatura R$ 52,7 bilhões e seu valor de mercado atinge a cifra de R$ 19 bilhões.

(Por Meio & Mensagem) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo