De origem sueca, o Spotify foi criado em 2006, mas já é considerado o melhor serviço de streaming de música do mundo, fama que deixou a Coca-Cola sedenta por uma parceria capaz de fortalecer a plataforma de comunicação da marca, que hoje explora justamente o mundo da música para engajar uma legião de jovens em todo o mundo. A sede, no entanto, já não existe mais. A maior empresa de refrigerante do mundo acaba de firmar um acordo com Daniel Ek, um dos fundadores do Spotify ao lado de Martin Lorentzon, para disseminar a rede de música digital em novos países. Em troca, a Coca-Cola utilizará o o Spotify como o centro da campanha “Ano da Música”, que será lançada em 2013 com a pretensão de dobrar a receita dos refrigerantes da marca até 2020.
Sem revelar cifras, a Coca-Cola disse em entrevista para o AdAge que realizará um investimento em mídia para divulgar o Spotify, incluindo até a disponibilização de códigos de acesso por meio de ações promocionais pela TV, mídia exterior e em embalagens do McDonald’s para cravar a chegada do serviço nos novos mercados, ainda neste ano e em 2013. “Queremos que a música seja como água, esteja em todo lugar. Mas pensando melhor, queremos que a música seja como Coca-Cola, que realmente está em todo lugar”, disse Ek para a AdAge. “Usaremos nossos recursos em massa para expandir a marca Spotify”, acrescenta Joe Belliotti, diretor global de marketing da área de entretenimento da Coca-Cola.
Novos aplicativos
O plano prevê ainda a integração do Spotify à página da Coca-Cola no Facebook, que atualmente reúne mais de 40 milhões de seguidores. O relacionamento de Daniel Ek com a rede de Mark Zuckerberg já é bem próxima. Em setembro de 2011, ambos firmaram uma parceria que ajudou a alçar a marca mundialmente. A Coca-Cola planeja ainda aumentar a oferta de músicas, especialmente durante o período das olimpíadas, por meio da inserção de novos aplicativos, a exemplo do que o Spotify acaba de fazer, criando apps de marca para empresas, como AT&T, McDonald’s e Intel.
O comprometimento do Spotify em ajudar os profissionais de marketing a neutralizar os custos para o licenciamento das músicas junto às gravadoras, sem infringir as leis de direitos autorais, explica o crescente interesse por esse tipo de parceria. A criação de aplicações de marca é livre, mas há marcas, como a Intel, que já demonstraram interesse em entrar até mesmo no conteúdo pago.
Hoje, o usuário pode optar entre três planos: Open (totalmente gratuita), Unlimited e Premium, nas quais os anúncios publicitários não aparecem, mas é necessário pagar uma mensalidade, de 4,99 € ou 9,99 €, respectivamente. “Estamos tentando criar a próxima geração de marcas,” diz Ek, referindo-se à parceria com a Coca-Cola. “Eu nem mesmo gosto da palavra ‘ publicidade’. A próxima geração de marcas estará centrada em conteúdo. Para oferecer músicas gratuitamente e respeitando o trabalho dos artistas, alguém tem que pagar a conta”, finaliza Ek.
Perfil
O Spotify disponibiliza atualmente mais de 16 milhões de músicas para dez milhões de usuários, além de outros três milhões de assinantes, distribuídos pelos Estados Unidos, Inglaterra, Suécia, França, Espanha, Holanda, Finlândia, Noruega, Dinamarca, Áustria, Suíca, Bélgica e Alemanha. Devido à barreiras impostas pela legislação brasileira de direitos autorais para conteúdo audiovisual, não existe previsão para a chegada do Spotify ao Brasil. As formas de streaming de áudio ofertadas hoje por aqui estão restritas ao Grooveshark, que permite ouvir qualquer rádio online sem a necessidade de cadastros ou downloads, e o Sonora, que, assim como o Spotify, oferece acesso à rede por meio de cadastro gratuito ou por meio de pacotes pagos, com preços a partir de R$ 9,99.
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