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Ontem, 27/10/09, em pleno domingão de sol em São Paulo, não tive duvida:
– vamos ao shopping! Mas não qualquer shopping, mas sim um novo shopping, o Outlet Premium na rodovia dos Bandeirantes, região de Campinas.
É sem dúvida um passeio. Pega-se uma estrada, quase uma hora de viagem, paga pedágio, etc. O local tornou-se um complexo, um power center onde concentram-se os parques temáticos Wet’n Wild, Hopi Hari, aquele outro shopping construído sobre a rodovia, um hotel e agora o Outlet Premium.
É um projeto inovador, muito agradável arquitetonicamente. Abriga muitas grifes o que dá um atrativo todo especial.
Quanto à experiência, bom vamos por partes:

I – Infraestrutura

1. A sinalização é deficiente para quem vem de São Paulo e entra pelo posto de gasolina ou vai antes ao outro shopping para almoçar, por exemplo, ao sair a possibilidade de se perder é grande;

2. O estacionamento estava lotado. O shopping é horizontal e as vagas são distribuídas ao longo das vias de circulação que rodeiam as lojas;

3. Não há sombra. Em dias quentes, seu carro vai ferver assim como os corredores de circulação de pedestres que são externos;

4. A praça de alimentação também é muito quente e o sol invade seu interior. Muitas filas inibiam o consumo no local;

5. O banheiro masculino, ah esse sim, nota 10! Bem conservado e com ar condicionado, um oásis;

II – Mix de lojas:

1. Quase em sua totalidade formado por grifes de moda masculina e feminina, aliás, como é a proposta de um outlet mall;

2. Muitas lojas vendiam mercadorias de linha a preços normais. Como justificativa alguns vendedores afirmavam haver vendido todas as pontas de estoque ou fora de linha. Se isso persistir, a proposta de conceito de outlet fica comprometida. Ninguém que ir até lá para ver mercadorias normais a preços normais. Isso fazemos nos shoppings próximos às nossas casas;

3. Lojas estruturadas como se fossem lojas de shoppings convencionais. Em outlets, algumas regras devem ser seguidas. Para que se justifique oferecer mercadorias a preços mais atraentes, deve ser dispensável alguns serviços como o de vendedor. As lojas devem ser estruturadas em autoserviço como algumas que lá estão. A alternativa é utilizar facilitadores ou atendentes não comissionados para repor produtos e auxiliar clientes na identificação de mercadorias.

4. A loja tem que fazer sua parte, ou seja, o layout deve facilitar a identificação com sinalização e organização das mercadorias (planograma);

5. Os preços podem ser organizados em conjunto ou lotes. As cores ajudam nisso, por exemplo, etiquetas amarelas um preço, vermelha outro e assim por diante.
Pelo que parece, a idéia já é um sucesso e seus idealizadores estão de parabéns. É claro que cabem alguns ajustes por parte dos lojistas e dos administradores. Entre estas, espero que o conceito outlet seja acentuado para que o shopping entre no radar de consumo de mais e mais consumidores.

Soube que o movimento se concentra aos finais de semana, porém se a imagem de outlet for reforçada, as vendas serão melhor distribuídas. São Paulo recebe milhões de pessoas para atividades de negócios. Muitos terão interesse em aproveitar oportunidades raras em suas cidades de origem.

Há ainda que se empenhar maior agressividade em volumes. Muitos lojistas perdem vendas por falta de produtos nos tamanhos desejados por clientes.

Portanto, além de preços atraentes, formatos como outlets dependem de volume e disponibilidade de mercadoria, lojas com layouts amplos e sistema de autoserviço com fácil identificação. Quanto a comunicação, o boca a boca se encarrega, mas cuidado pois ele pode sair de controle e criar uma imagem indesejada.
Como praia de paulista, funcionou, estava cheia. Porém a moda passa e o negócio fica e deve prosperar. Mãos a obra!

Abraços,

Ricardo Pastore.