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Para Ricardo Pastore, especialista em varejo e professor da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), o comércio precisa capitalizar a data e os pais da nova geração. “A figura paterna vem modificando ao longo do tempo. Hoje o pai é mais vaidoso. Antes ele era o protetor da casa; hoje divide responsabilidade e contas. Essas mudanças ajudam a fomentar a data e fortalecer vendas”.
O especialista ressalta que dificilmente o dia das Mães e o dos Pais serão equiparados. “Antes a mãe se destacava no grupo familiar por ter uma maior proximidade com os filhos e isso gerava reconhecimento e um presente mais caro. Com a mudança de perfil dos pais, hoje uma figura mais próxima, acredito em uma aproximação de tíquete médio entre essas datas”.
Este ano o tíquete deve figurar entre R$ 60 e R$ 70. Para Pastore esse valor é baixo. “Esses valores são de presentes na casa das lembrancinhas e para alguns vestuário e calçados mais em conta”.“As redes precisam pensar em campanhas mais agressivas e mudar a cultura de compra. O perfil do novo pai engloba cosméticos e perfumes, spa, acessórios esportivos, automóveis, setores explorado de forma tímida. É preciso ainda investir mais em vitrines”
Ainda no campo das pesquisas, o diretor de Planejamento e Atendimento da Divisão de Geonegócios do Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública), Antonio Ruótulo, que faz o indicador Mercadoflux ( que mede as vendas em shopping centers) acredita em um leve aquecimento de vendas nos shopping para o dia dos Pais. “A data deve ter um crescimento de vendas no varejo, mas é um crescimento sazonal. Não sabemos se essas vendas impactarão no resultado do mês, pois fazemos a medição depois que os eventos passam”, ressalta o pesquisador.
Ele analisa ainda que o varejo deve fechar o ano com uma pequena queda de 1%. “Se continuar com 2% de queda e tivermos um respiro de crescimento nos meses de novembro e dezembro podemos ter decrescimento de menos 1%. A tendência é forte e é difícil ter outro cenário”.
Shopping
No Shopping ABC, os lojistas esperam um incremento de cerca de 15% no faturamento. Em virtude dos 13 anos do shopping e da data do dia dos Pais, o mal faz o sorteio de um carro de luxo. Para participar os clientes devem consumir R$ 250. Para estimular o consumo o mall fez o slogan “Seu Pai merece um presente de Dia das Mães”.
Já no Shopping Pátio Paulista, no centro da cidade, a expectativa é ter um crescimento de 10% em vendas, frente ao ano passado e um fluxo de pessoas 6% maior. Para isso, os clientes poderão trocar notas fiscais por exclusivas mugs térmicas, que conservam a temperatura de bebidas, disponíveis em três diferentes modelos. A ação será reforçada por uma campanha de mídia, com anúncios veiculados na revista Veja SP e nos jornais Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo. Além disso, o mall preparou uma ação interna de incentivo, que premiará o lojista que indicar mais clientes para a troca de notas fiscais.
A gerente de marketing do shopping, Ana Guiomar Cavalcanti, explica que as liquidações de inverno antecipadas também adiantaram a compra dos presentes: “Nas últimas semanas registramos um crescimento de 20% no fluxo em relação ao movimento normal. Acreditamos no movimento de última hora”.O Penha e Campo Limpo, ambos pertencentes a administradora de shopping Sonae Sierra Brasil, a expectativa é vender 7% a mais. Para isto investiu R$ 145 mil em publicidade e decoração.
No Penha, o aumento deverá ser em torno de 3% e, no Campo Limpo, de 6% em relação ao mesmo período do ano passado. As vendas também devem crescer e os shoppings estimam um aumento de 7% em média. Os itens mais procurados devem ser roupas e calçados.
No Shopping Metrópole o aumento deve ser de 12% e o número de visitantes deve crescer em torno de 6%, comparado ao ano passado. O mall investiu na divulgação de mídia e na comunicação interna, onde buscou a comunicação com o cliente através de placas de cancela e de escada, adesivos para as portas dos elevadores e para as entradas, cartazes no mall, banners, folhetos e TVs de plasma.
Ferramentas
Outro segmento que aproveita para vender mais é o de construção. As redes apostam no segmento de ferramentas. A varejista C&C Casa e Construção, o foco deve ser em todo o mês de agosto. “temos ofertas especiais para comemorar a data, em vários departamentos. Um dos principais é o departamento de ferramentas. Para chamarmos a atenção, as lojas se enfeitam e aproveitamos os enfeites dos fornecedores”. A empresa não revelou a perspectiva de vendas para a data.Mesma situação encontra-se na concorrente Leroy Merlin, colocou vários setores em promoção, especialmente o de ferramentas, para a data e ainda facilita o pagamento no seu cartão private label. Ao exemplo da C&C, não divulgou a perspectiva de vendas. Outra que deve embarcar na venda de ferramentas é o Wal-Mart. Ela espera ter crescimento de 20% para a data.