No ano passado, o mercado brasileiro consumiu 185 milhões de latas do energético Red Bull, importadas da Áustria, sede da empresa, ou da Suíça, onde a companhia também tem fábrica.
Mas, em breve, parte dessa produção virá de Manaus, onde a fabricante de bebidas energéticas investirá R$ 509 milhões em três anos para construir sua primeira fábrica fora da Europa.
A nova unidade – a terceira da companhia – terá capacidade de produção de 64 milhões de litros (ou 206 milhões latas) no primeiro ano. Chegará a 73,7 milhões de litros no segundo e 85 milhões de litros no terceiro, conforme informações da Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Governo do Amazonas. A data da inauguração só será divulgada depois da avaliação do projeto pela Zona Franca de Manaus, que concede a empresas até 88% de redução no Imposto de Importação.
Mercado. O Red Bull foi o primeiro energético a chegar ao mercado nacional, em 1999. Desde então, a companhia vem acumulando crescimento ano após ano. Em 2011, o volume vendido foi 20% maior do que o alcançado em 2010. A marca Red Bull tem 48% do faturamento do mercado, de acordo com dados Nielsen para o mês de dezembro fornecidos pela fabricante. Em segundo vem o Burn, da Coca-Cola, com 18%. As marcas de preços mais baixos têm 25% de participação.
Com vendas de R$ 500 milhões ao ano, o segmento tornou-se um dos mais promissores do mercado de bebidas, atraindo até a Ambev, maior cervejaria do País, que lançou no início de 2011 o seu Fusion Energy Drink.
De capital fechado, a Red Bull é comandada por Dietrich Mateschitz, que fundou a companhia em 1987, depois de ter conhecido uma bebida à base de cafeína e taurina, em uma viagem à Tailândia.
Para Mateschitz, um dos homens mais ricos da Áustria, o segredo da Red Bull está no posicionamento “não convencional” da marca, patrocinadora de eventos como o Red Bull Flugtag, uma competição de engenhocas que são um misto de carro alegórico com asa delta.
No automobilismo, a empresa atua com duas equipes na Fórmula 1 , a Red Bull Racing e Scuderia Toro Rosso. No Brasil, a fabricante de energéticos é dona de um clube de futebol, o Red Bull Brasil, baseado em Campinas (SP), que conquistou em 2010 o título da série A3 do Campeonato Paulista. Só no Brasil, a Red Bull apoia mais de 10 atletas em diferentes modalidades, de surfe ao skate.
Global. Mundialmente, a empresa vende seus energéticos e a Red Bull Cola (ainda não lançada no Brasil) em 164 países. No ano passado, 4,6 bilhões de latas de Red Bull foram vendidas globalmente – 11,4% mais que em 2010. O volume vendido no Brasil representa 4% do total.
O faturamento da companhia aumentou em 12,4%, chegando a 4,2 bilhões em 2011. Tanto o total de latas vendidas quanto a receita foram recordes históricos para a companhia no ano passado. / L.C.
(Por Estadão) varejo, núcleo de estudos do varejo