As compras de fim de ano ganharam um ingrediente a mais: o governo reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para produtos da linha branca – geladeira, fogão, máquina de lavar, entre outros – até março de 2012, como forma de estimular o consumo e, por consequência, a atividade econômica. Mas correr para lojas e ‘renovar a cozinha’ não é o mais recomendável, afirmam especialistas em finanças pessoais. “O consumidor deve ser fiel às suas reais necessidades e não comprar algo que não esteja precisando de imediato”, diz Ricardo Pastore, diretor do núcleo de varejo da ESPM.
Para o professor de Macroeconomia da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), Silvio Paixão, é preciso atenção para que um impulso não gere um descontrole as finanças. Ele lembra que este período do ano é marcado pela elevação dos gastos no orçamento por conta das datas comemorativas, férias etc. Além disso, há as tradicionais contas de começo de ano, como IPVA e IPTU, que podem trazer problemas se a compra não for devidamente planejada.
Paixão recomenda aguardar os meses de janeiro e fevereiro que, na opinião dele, podem oferecer preços um pouco mais atraentes, refletindo eventualmente as liquidações após o período do Natal. “É sempre bom não deixar para a última hora nem para a primeira”, afirma. A redução do imposto vale a partir desta quarta-feira, 1º, até março de 2012.
“A medida já reduz o IPI nos estoques existentes das lojas, então convém ao consumidor pesquisar para verificar quais lojistas já estão aplicando o desconto”, afirma Pastore. A empresária Luíza Trajano, dona da Magazine Luíza, afirmou nesta quinta-feira que será possível cortar os preços dos produtos da linha branca em até 15% com o IPI menor . Para ela, a medida vai ajudar o comércio a ter um desempenho melhor no fim de ano, a principal data para o varejo. Horas após o anúncio, sites de redes de varejo já anunciavam descontos.
Qualquer que seja a decisão sobre o período da compra, Paixão recomenda que, se tiver todo o dinheiro necessário para adquirir o produto, o cliente deve optar pelo financiamento e aplicar o resto dos recursos. “Em geral não está havendo diferença entre pagamento parcelado e à vista”, diz.
(Por Estadão) Varejo, Núcleo de Estudos do Varejo