Nem entre os especialistas, tampouco entre as empresas, há consenso sobre o que esperar de 2012. Novamente, o mundo vai enfrentar um ano pós-eclosão de crise. Com a diferença de que, agora, a pólvora virá da Europa. No cenário interno, aumento de salário mínimo, eleições e preparação para a Copa do Mundo. É nesse contexto que o varejo brasileiro traça suas perspectivas para o próximo ano.

O ano de 2012 será estável, mas não necessariamente brilhante, afirmou Hugo Bethlem, vice-presidente de relações corporativas do Pão de Açúcar. A expectativa é que o PIB volte a crescer no centro da meta e que a inflação também se aproxime do centro da meta, trazendo estabilidade e, consequentemente, consumo.

Flávio Rocha, presidente da Riachuelo também espera um ano mais estável que 2011 e com ritmo de crescimento parecido com o deste ano. “Contamos com a expansão física muito grande, acho que isso vai manter o crescimento”, disse Rocha.

Máquina de Vendas compartilha do mesmo pensamento e acredita em estabilidade para o Brasil em 2012 e maior expansão da renda. “Ainda é difícil dizer que há uma tendência definida no mercado consumidor”, disse Luiz Carlos Batista, presidente do Conselho de Administração da Máquina de Vendas e fundador da Insinuante. Mas a expectativa é que o próximo ano seja melhor.

Na visão do especialista Ricardo Pastore, coordenador do núcleo de estudos de varejo da ESPM o próximo ano será um pouco mais estável que 2011, mas sem muita euforia.

Já Cláudio Felisoni, presidente do conselho do Provar/Ibevar, discorda e espera um ambiente muito mais instável no próximo ano.  O especialista afirmou que o crescimento do varejo deve fechar 2011 em cerca de 8%, sendo que, em janeiro, a taxa estava em 14%, e chegou a 4% em setembro. Apesar de a comparação ser feita com base em um ano muito bom, 2010, a desaceleração está clara.

Salário Mínimo

Mesmo diante do pessimismo de alguns, o próximo ano tem dois fatores que continuam ajudando o consumo: o aumento do salário mínimo, que vai impactar mais positivamente do que negativamente, e as eleições no segundo semestre. Para Rocha, os eventos do próximo ano, especialmente o aumento do salário mínimo, reforçam que o ano pode ser bom. “O governo tem muito lastro pra jogar”, disse.

Consumo e emprego

Há uma conjunção positiva para o consumo, segundo Pastore, uma vez que não há problemas de disponibilidade de mercadorias ou desemprego e que as obras da Copa do Mundo tendem a injetar dinheiro na economia. “Eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas estimulam melhorias estruturais e atraem investimentos de outras nações, o que eleva a taxa de empregos e crescimento da renda”, disse Batista.

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(Por Exame.com) Varejo, Núcleo de Estudos do Varejo