Há pouco mais de três meses, o Grupo Guararapes, dono da rede varejista Riachuelo, resolveu apostar mais firmemente na importação de produtos chineses.
Abriu um escritório compras em Xangai cuja principal missão é prospectar fornecedores chineses para abastecer o grupo no Brasil.
Antes da abertura do posto avançado, as importações representavam cerca de 8% das vendas da Riachuelo. Hoje, o peso dos importados subiu para 12%.
Flávio Rocha, presidente da empresa, disse ao Brasil Econômico que a unidade asiática permite acompanhar de perto a produção, que tende a aumentar nos próximos anos.
“O escritório também permite maior controle da formalização da mão de obra”, diz.
Mix estiloso
Durante muito tempo, o preço foi um fator determinante na decisão de compra do consumidor das classe C e D. Hoje, essa relação de consumo mudou, e não foi apenas por conta do aumento do poder aquisitivo.
As estratégias das grandes varejistas de moda têm se mostrado eficientes para captar essa tendência.
A Riachuelo aposta nas peças de maior valor agregado, que são as que têm mais detalhes, recortes e informações de moda e aumentou seu ticket médio. No acumulado de janeiro a setembro deste ano, o valor médio de compras da varejista atingiu R$ 121,55, um aumento de 9,7% sobre o mesmo período do ano anterior.
Com este novo conceito de consumo das classes C e D, que representam 80% de sua clientela, a companhia fechou uma parceria com cinco estilistas brasileiros – André Lima, Martha Medeiros, Juliana Jabour, Huis Clos e Maria Garcia, que serão os autores da nova coleção da marca, a ser lançada na próxima quarta-feira (16/11) em São Paulo.
“Nosso público está ficando cada vez mais exigente, mais antenado em tendências. Nosso esforço é agradá-lo e democratizar a moda”, afirma Rocha.
O ano de 2011 foi de expansão para a Riachuelo, que, segundo o empresa, atingiu recorde em área de vendas no trimestre, chegando a 400 mil metros quadrados.
Conforme adiantou o Brasil Econômico, a companhia iniciou a abertura de pequenas lojas só de vestuário feminino, que ocupam espaços menores em pequenas cidades.
As parcerias com estilistas renomados é a estratégia das grandes varejistas como C&A, Renner, Marisa e Pernambucanas para fidelizar públicos das classes C e D e até mesmo conquistar públicos de classes mais altas, segundo Marcelo Villin Prado, do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI).
“O objetivo é oferecer mais pelo mesmo”, afirma Prado.
No terceiro trimestre, a Guararapes, dona da Riachuelo, produziu 13,5 milhões de peças, totalizando 37,6 milhões de itens no período acumulado de janeiro a setembro.
A receita líquida de mercadorias da companhia totalizou R$ 581,8 milhões no trimestre, 12,1% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior.
(Por Brasil Econômico) Varejo, Núcleo de Estudos do Varejo