A Black Friday foi um momento para a plataforma de comércio eletrônico Mercado Livre impulsionar seu braço de entregas, o Mercado Envios.
Passada a data de compras, que aconteceu no dia 29 de novembro (a última sexta-feira de novembro, como é tradição), o balanço do Mercado Livre aponta que todos os clientes de São Paulo capital receberam os pedidos em até 48 horas, ou seja, em menos de um dia útil e logo na segunda-feira, 2 de dezembro.
Nas cidades de Curitiba, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre, as entregas foram feitas em três dias, até terça-feira 3. Em Salvador e Recife, 85% das entregas também chegaram em três dias, e o restante será entregue até este sábado 7.
Fora das capitais, a empresa não apresentou uma estimativa média do prazo de entrega.
Como o Mercado Livre não tem estoque próprio e tudo que é vendido em seu site vem de lojistas parceiros — o chamado marketplace –, a tendência é que as entregas tenham prazos mais longos.
Pedidos feitos nesta Black Friday podem demorar em média 18 dias para serem entregues, segundo informação da empresa de inteligência de e-commerce Compre&Confie. As compras vendidas e entregues pela mesma varejista tendem a ser mais rápidas. O prazo mais alto vêm sobretudo dos lojistas parceiros do marketplace das grandes varejistas, que, tal qual no Mercado Livre, vem respondendo por uma fatia cada vez maior das vendas. Quanto mais as grandes varejistas conseguirem reduzir esse tempo, melhor.
Foco na logística
O Mercado Livre vem tentando ampliar sua presença na entrega. A companhia abriu neste ano seu segundo centro de distribuição, em Cajamar, em São Paulo, com 111 mil metros quadrados e espaço para 10 milhões de produtos. O primeiro fica na cidade de Louveira, também em São Paulo. Assim, produtos de lojistas parceiros podem ficar armazenados no centro do Mercado Livre, tornando a entrega mais rápida. O objetivo, segundo informou a empresa na época do lançamento, era entregar mercadorias três vezes mais rápido.
No balanço do terceiro trimestre deste ano, a empresa informou que 71% dos itens ainda vêm direto do estoque do cliente, uma porcentagem alta, mas um avanço ante os 90% em 2018.
O Mercado Livre vem colocando a mão no bolso para fazer o frete rápido acontecer. A empresa criou um braço para otimizar as entregas, o Mercado Envios, que é uma combinação de parceria com os Correios e outras empresas privadas de logística. O lojista que optar por entregar pelo Mercado Envios tem entre 40% e 50% do custo do frete subsidiado pelo Mercado Livre para produtos a partir de 120 reais. Enquanto isso, os clientes ganham frete grátis — o que pode influenciar positivamente na decisão de compra. No Brasil, a empresa desembolsou no terceiro trimestre 442 milhões de reais no frete grátis do programa.
Na Argentina, 70% das compras no Mercado Livre já são entregues via Mercado Envios. A empresa não divulga as informações sobre o Brasil. No acumulado entre Brasil, Argentina e México, o Mercado Envios fez a entrega de 81,2 milhões de mercadorias no terceiro trimestre, entre julho e setembro, alta de 47% ante o mesmo período de 2018.
O Mercado Livre tem cerca de terço do mercado de varejo online do Brasil, segundo cálculos de 2018 do Bradesco BBI. Em seguida vem B2W, dona de Submarino e Americanas.com, com 19%, e Magalu e Via Varejo (dona das Casas Bahia), com 9%. No acumulado dos primeiros nove meses, o faturamento do Mercado Livre no Brasil foi de mais de 1 bilhão de dólares, mais de 60% do faturamento da empresa no período.
(Por Exame – Carol Oliveira)
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