A Renner quer modernizar uma de suas divisões mais tradicionais: os cartões de loja. Mais do que fidelizar o cliente, os serviços financeiros buscam conhecê-lo melhor e adaptar as lojas para aumentar as vendas.
As mudanças vêm a partir da Realize, instituição financeira da empresa, que completou dois anos como uma divisão independente em junho. A divisão já é responsável por 20% da geração anual de caixa e trouxe receitas de 97,7 milhões de reais para companhia no primeiro trimestre. Em 2018, o resultado foi de 914 milhões de reais, expansão de 11,2% sobre o ano anterior.
O cartão Renner, no entanto, já existe desde 1973, criado como um dos primeiros cartões de loja do Brasil. A receita é pequena perto do total da Renner, dona das lojas Renner, Camicado e YouCom. As vendas de mercadorias geraram receita de 1,6 bilhão de reais no primeiro trimestre do ano, aumento de 18% em relação ao ano anterior.
O que muda, principalmente, é a visão da varejista sobre seus produtos financeiros. “A Realize nos dá mais agilidade para reinventar os produtos e ofertar soluções mais aderentes”, afirmou Laurence Gomes, diretor financeiro da empresa a Exame.
Agora ganha uma nova força na obtenção dos dados dos consumidores. Com uma base de 31 milhões de clientes, há uma montanha de dados para ser analisada.
“Temos uma visão única do cliente e de sua jornada de compra tanto no digital quanto nas lojas físicas. Podemos obter informações a partir do tratamento desses dados”, diz Gomes.
Entre os novos produtos, estão uma nova plataforma e portfólio de seguros, um cartão contactless, ou seja, que realiza o pagamento apenas pela aproximação, e uma nova plataforma de recuperação de dívidas. Com o novo portal de renegociação das dívidas, a taxa de sucesso nos acordos cresceu 30%.
Cartões de loja são um modelo tradicional, mas a Renner não é a única varejista a tentar rejuvenescer o modelo e criar uma divisão financeira. Além da receita, permitem conhecer melhor o cliente e fidelizá-lo em seu ecossistema.
(Por Exame – Karin Salomão)
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