Nova York recebeu, nesta sexta-feira (15), um novo Shopping Center. O espaço reúne de lojas de vestuário – como Uniqlo, Zara e H&M – a varejistas de luxo, como Dior, Tiffany e a marca de moda Fendi. O complexo ocupa quase 5,5 milhões de metros quadrados. Além de duas administradoras imobiliárias, o projeto também contou com o patrocínio de moradores da região.

Batizado de The Shops, o shopping fica dentro do complexo Hudson Yards e recebe outras lojas de marcas mundialmente conhecidas, como Louis Vuitton e Sephora – que abriu no espaço a primeira das 35 novas lojas que prometeu para 2019 nos Estados Unidos. O segundo andar do prédio é dedicado a lojas nativas digitais e foi batizado de “andar da descoberta”. A 3DEN abriu no Shopping um espaço onde os visitantes podem dormir, meditar e até tomar um banho.


Cerimônia de inauguração do Hudson Yards / Reprodução: Related Co.

Além das lojas, o empreendimento construído pela Related Companies em parceria com a Oxford Properties Group atrai grandes empresas. CNN, SAP, L’Oreal e Warner Bros abrirão escritórios no espaço. A rede de academias Equinox vai abrir seu primeiro hotel, no The Shop.

O Hudson Yards custou US$ 25 bilhões. Segundo um levantamento do SCEPA (Schwartz Center for Economic Policy Analysis), o projeto recebeu cerca de US$ 6 bilhões em incentivos fiscais, o dobro do valor que a Amazon receberia para construir uma sede no Queens.

Fechamento de lojas e High Line

O contexto da abertura do complexo também chama atenção do público. Gap, Tesla, Victoria Secrets, J.C. Penney e Abercrombie & Fitch vão fechar lojas em 2019. Ao todo, 4.810 fechamentos de lojas já foram anunciados nos primeiros três meses de 2019 nos Estados Unidos. O número se aproxima do total de fechamentos de 2018 – 5.524.

O Hudson Yards, nome dado a todo o complexo, ocupa um espaço que fora destinado a um pátio ferroviário. O local passou por uma série de transformações: já recebeu uma linha férrea que abastecia empresas na região; depois de vários casos de atropelamento, a linha foi suspensa e passou a funcionar em um viaduto; por último, após a saída de empresas que ocupavam a região, o espaço foi transformado em um parque suspenso, o High Line.


Área do Hudson Yards, em Manhattan / Reprodução: Google Maps

Inaugurado em 2009, o High Line foi responsável por refazer a paisagem e atrair turistas, hotéis e apartamentos e restaurantes de luxo. Todos os anos, 7 milhões de pessoas passam pelo parque, que se se estende por 23 quarteirões. Os visitantes passam, em média, 94 minutos no parque, segundo a empresa de dados móveis Alexander Babbage.

O Hudson Yards deve ser beneficiado pela concentração de pessoas na região. Ao mesmo tempo, este fator pode atrapalhar o sucesso do empreendimento a curto prazo. Segundo a CNBC, são 4.000 residências e mais de 40.000 trabalhadores no bairro e alguns bairros vizinhos.

A região passa por uma grande transformação. Ao passo que prédios estão sendo construídos no bairro, o trânsito pode se tornar caótico, causando um impacto negativo na vida dos que moram e trabalham na região. “O que nos fez pensar que poderíamos fazer isso? Tivemos que nos questionar primeiro. Fizemos uma tonelada de pesquisas”, disse, em entrevista à CNBC, Webber Hudson, vice-presidente executivo da Related Urban, uma divisão da Related Companies. Hudson afirmou que havia “um completo vazio” na região onde foi construído o Hudson Yards.