O aumento da demanda por refeições prontas tem levado redes de supermercados a diversificar as linhas de kits alimentícios, com opções mais sofisticadas, e ampliar os espaços físicos para instalação de rotisserias. No público-alvo, estão universitários e trabalhadores de centros urbanos.
“Desde 2015, temos trabalhado com as grandes redes do varejo para o desenvolvimento de pratos individuais, quentes e frios. Nosso fornecimento para os supermercados ainda é muito grande, mas as encomendas das empresas vêm crescendo também”, disse o proprietário da rede distribuidora e restaurante Sassa Sushi, Alexandre Saber, ressaltando que o volume de vendas desses kits subiu 200% desde 2016.
Ele explica que, conforme as parcerias com os varejistas foram se desenvolvendo, as embalagens foram reformuladas. “Passamos a oferecer embalagens para refeições individuais e a colocamos na horizontal, dentro das gôndolas, para a comida não se mover dentro da bandeja.”
Além disso, Saber relata que essa tendência está migrando gradualmente dos grandes centros urbanos para cidades do interior e litoral do Estado de São Paulo. “Nossas operações já estão em Santos, Guarujá e Bertioga. Consideramos que o movimento de expansão para outras regiões se dará de forma orgânica e conforme a demanda, inclusive dos pequenos supermercados”, esclareceu.
Ainda de acordo com o executivo, a instalação de geladeiras e a entrega dos kits por meio de bicicletas têm auxiliado nas vendas.
Na avaliação do gerente geral da rede de supermercados Hirota, Hélio Freddi, a demanda de universitários que buscam refeições rápidas no período do jantar é um dos movimentos que sustentam a aposta nessa categoria de produto. “Atualmente, a participação da venda desses kits representa 5% da receita dos supermercados. Dentro do segmento express, essa fatia salta para 40% do volume total comercializado”, disse Freddi.
O executivo conta que os ingredientes utilizados para o preparo desses pratos são provenientes de uma fábrica própria. “Cerca de 80% dos nossos pratos vêm dessa unidade fabril, inclusive a comida japonesa. Os outros 20% compramos de outros fornecedores. Temos uma produção estimada de 3 toneladas de alimentos por dia”, destacou. Esse montante é distribuído para as 36 lojas da rede no Estado de São Paulo.
Com uma estratégia similar, a rede de supermercados Natural da Terra aposta na oferta de linhas de saladas para impulsionar as vendas desse segmento de produto.
“Desenvolvemos uma linha de saladas da estação em copos, em que os clientes podem montar como desejarem e levar para casa ou trabalho”, explicou a gerente da área de nutrição da rede, Juliana Costa.
Ela afirma que, devido às altas temperaturas do verão, o portfólio da rede tem opções de pratos com salmão. “O consumo dessa categoria de produtos tem sido muito frequentes nas unidades onde há balcão. Além disso, vemos a demanda forte em regiões com grande concentração de escritórios”, complementou Juliana. O tíquete médio da categoria varia entre R$ 18 e R$ 25.
Um dos exemplos de rede do varejo alimentar que tem apostado nos espaços físicos para o consumo de pratos prontos é o grupo GPA.
“Todas as rotisserias das lojas das bandeiras Extra e Pão de Açúcar estão preparadas para atender o consumidor, seja no seu dia-a-dia com produtos frescos e de rápido consumo ou em períodos sazonais como Páscoa, Dias das Mães, Natal e Ano Novo”, afirmou a coordenadora comercial de rotisserie do Pão de Açúcar e Extra, Talyta Gomes.
A executiva mencionou que existe um movimento para diversificar os fornecedores e também sortimentos dentro do portfólio atual. “Estimamos que, em períodos regulares, a participação da categoria representa aproximadamente 5% das vendas de perecíveis da empresa. Em eventos sazonais, a demanda desses produtos aumenta, representando cerca de 10%”, explicou Talyta, ressaltando também que uma parcela da categoria de produtos é preparada com ingredientes das marca própria da rede, como Taeq e Qualitá.
(Por Mercado&Consumo) varejo, retail lab, ESPM, núcleo de varejo, supermercados, refeição, consumo