A Amazon anunciou recentemente a venda de novas categorias de produtos, além do lançamento de um centro de distribuição próprio no Brasil. De acordo com um estudo realizado pelo Bradesco BBI, a gigante norte-americana está demonstrando forte capacidade para competir com os varejistas nacionais.
A terceira edição desta pesquisa, feita anteriormente em setembro e novembro de 2018, simulou a compra de 495 produtos em 11 cidades de todas as regiões brasileiras a fim de testar a eficiência de cinco e-commerces. Os sites escolhidos foram Lojas Americanas, Magazine Luiza, Casas Bahia, Mercado Livre e Amazon.
De acordo com o analista Richard Cathcart, responsável pelo relatório da pesquisa, foi possível notar uma evolução significativa da Amazon em tempo de entrega e custo do frete.
Durante a Black Friday, o frete comum da Amazon era o mais caro entre as varejistas avaliadas, chegando a ser quase o triplo do valor cobrado pelo Magazine Luiza. Agora já é possível notar uma grande diferença. A norte-americana está cobrando um frete cerca de 20% mais barato que o do Magazine Luiza e 50% menor que o das Lojas Americanas. Colaborou para este resultado o frete grátis para compras acima de R$ 149, mas os itens com cobrança de frete, os preços foram mais baixos.
Em relação ao tempo de entrega, a Amazon superou as Lojas Americanas, que foi a campeã neste quesito durante a Black Friday, realizando as entregas de 47% dos produtos antes das concorrentes. No entanto, a empresa de Jeff Bezos não conseguiu ultrapassar o Mercado Livre.
A varejista americana conseguiu entregar cerca de 20% dos pedidos antes das concorrentes. O Magazine Luiza chegou a 22%, as Casas Bahia a 21%. As Lojas Americanas só conseguiram entregar mais rapidamente que as concorrentes apenas 4% de seus pedidos. A líder do ranking foi o Mercado Livre, com 32% dos pedidos entregues mais rapidamente.
Para os analistas do BBI, a Amazon ainda não superou todas as dificuldades. Os quatro maiores players brasileiros dominam 70% do mercado. De acordo com Cathcart, ainda existem “desafios muito conhecidos referentes à falta de reconhecimento de marca e o sistema fiscal”.
Outro fator a ser considerado pela gigante americana é a dificuldade logística. Ainda há muitas dificuldades nos sistemas de entregas locais. A Amazon utiliza os Correios e parcerias com outras empresas para entregar no Brasil. Para conquistar o mercado brasileiro, é possível que a empresa force nos preços. “Agora que tem uma oferta de entrega mais competitiva no Brasil, a Amazon pode ter chegado ao ponto em que decide forçar mais agressivamente para aumentar o market share. As empresas com maior sobreposição de clientela com a Amazon provavelmente sentirão o maior impacto”, disse o analista.
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