O comércio varejista no Estado de São Paulo voltou a abrir novos postos formais de trabalho em agosto, após três meses de baixas. Foi o melhor saldo para agosto desde 2014, com 8.862 empregos formais criados, resultado de 75.979 admissões e 67.117 desligamentos.
Com esse desempenho, o setor encerrou agosto com um estoque ativo de 2.064.167 de vínculos empregatícios, leve queda de 0,1% em relação ao mesmo mês do ano passado. Entretanto, no acumulado dos últimos 12 meses, 1.741 vagas foram eliminadas.
Os dados compõem a Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP Varejo), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). A pesquisa é baseada nos dados do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Também é considerado o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Atividades analisadas
Em agosto, as nove atividades de varejo analisadas registraram crescimento do estoque de empregados, com destaque para supermercados, com geração de 4.782 novas vagas.
Quatro das nove atividades analisadas apontaram crescimento do estoque de empregados em relação ao mesmo mês do ano anterior, com destaque para os segmentos de farmácias e perfumarias (1,9%) e de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (1,8%).
Por outro lado, os setores de lojas de vestuário, tecidos e calçados (-2,4%) e lojas de móveis e decoração (-1,4%) sofreram as maiores quedas na mesma base comparativa.
Segundo a FecomercioSP, em agosto, há geração de vagas porque o número de desligamentos de trabalhadores é tradicionalmente mais baixo. Isso ocorre por conta do período antecede a data-base de boa parte da categoria, em 1° de setembro.
Conforme a lei, se o empregado for dispensado sem justa causa no período de 30 dias que antecede sua correção salarial, terá direito à indenização adicional equivalente a um salário mensal. Esse aumento de custo à dispensa desestimula o empresário do varejo a demitir sem justa causa
Por conta dessa questão legal, agosto é o menor índice mensal de demissões em 2018 até o momento. Assim, a geração de vagas se alavanca.
A FecomercioSP soma também as contratações de trabalhadores temporários para as vendas de fim de ano como fator de incremento do índice.
São Paulo, capital
O varejo da capital criou 2.555 vagas com carteira assinada em agosto, resultado de 24.044 admissões contra 21.489 desligamentos. No acumulado dos últimos 12 meses, 719 vagas foram eliminadas. O comércio varejista paulistano encerrou o mês com um estoque total de 647.515 trabalhadores ativos. O número de vagas criadas foi o maior em comparação as demais regiões.
Na comparação com agosto de 2017, entre as nove atividades pesquisadas, seis sofreram retração no estoque de empregos celetistas, com destaque para os segmentos de materiais de construção (-2,1%) e lojas de móveis e decoração (-1,45%).
Por outro lado, três setores obtiveram crescimento no estoque de empregados, com destaque para os segmentos de farmácias e perfumarias (3%) e de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (1,7%).
(Por NoVarejo – Raphael Coraccini) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM