A Amazon se tornou nesta terça-feira (4) a segunda empresa americana a atingir US$ 1 trilhão em valor de mercado, um marco no processo de transformação de uma livraria online para uma gigante do comércio eletrônico, conduzido pelo homem mais rico do mundo.

A primeira companhia a bater a marca foi a Apple, no início de agosto.

Às 12h50, as ações da Amazon subiam 1,8% para US$ 2.050.

No ano, os papéis da varejista acumulam alta de 75%, um adicional de US$ 435 bilhões em seu valor —aproximadamente o tamanho da rede de supermercados Walmart, por exemplo.

Investidores recompensaram a empresa sediada em Seattle após seu balanço demonstrar melhor disciplina financeira nos últimos trimestres, reportando lucros recordes com negócios lucrativos como a computação em nuvem.

No segundo trimestre deste ano, a Amazon registrou lucro de US$ 2,5 bilhões, mais que o dobro das expectativas de Wall Street.

O ano, no entanto, não tem sido fácil para a empresa. O um trilhão vem a despeito das constantes ameaças do presidente americano, Donald Trump, que chegaram a tirar US$ 31,8 bilhões em valor de mercado da Amazon.

Trump se incomoda sobretudo com o sistema tributário ao qual a varejista está submetida.

“Eu expus minhas preocupações com a Amazon muito antes da eleição. Diferente de outros, eles pagam pouco ou nenhum imposto a governos estaduais e locais, usam nosso sistema postal como seu garoto de entregas [causando tremendo prejuízo aos EUA], e estão tirando muitos varejistas do negócio”, disse Trump em um publicação em rede social em março.

A Amazon se expandiu rapidamente desde sua fundação, em 1994, como uma livraria online na garagem de Jeff Bezos, 54.

Quando abriu seu capital, em 1997, foi avaliada em menos de US$ 500 milhões. De lá para cá, seus papéis se valorizaram 135.733% e Bezos é, atualmente, o homem mais rico do mundo pelo ranking da Forbes.

Nesta terça, o empresário, que detém 16% da Amazon, adicionou US$ 1,8 bilhão à sua fortuna, avaliada em US$ 116,5 bilhões. Em segundo lugar aparece Bill Gates, com US$ 95,4 bilhões.

Bezos construiu seu negócio mantendo os preços baixos e um ritmo rápido de expansão. A abertura do site da empresa para milhões de pequenas empresas, varejistas e fabricantes acelerou o crescimento, ajudando a captar as vendas de outras redes de varejo.

No ano passado, as vendas de lojas online da empresa chegaram a US$ 108 bilhões.

Ao longo do caminho, a empresa criou dispositivos eletrônicos populares, produziu filmes e programas premiados e constituiu fonte de renda alugando energia de computadores em seus servidores para outras empresas. O Amazon Web Services faturou mais de US$ 17 bilhões no ano passado e se tornou o maior gerador de lucro da empresa.

Nos últimos meses, a Amazon também adquiriu a cadeia de supermercados Whole Foods Market —com cerca de 470 lojas físicas—, o que permitiu entregas dentro dos lares e carros dos consumidores. A varejista trabalha ainda em um serviço de entrega esperado para competir com a FedEx e a United Parcel Service.

Os recordes conquistados por Amazon e Apple demonstram a crescente influência das empresas de tecnologia nos mercados e na economia.

Mas a Amazon levou apenas 165 dias de pregão para aumentar seu valor de mercado de US$ 600 bilhões em janeiro para o atual US$ 1 trilhão, superando a Microsoft e o Alphabet na corrida. Em comparação, a Apple precisou de 183 sessões para atingir a marca.

Alguns analistas esperam que a Amazon logo ultrapasse a Apple como a maior empresa dos EUA, o que marcaria a primeira mudança desse tipo desde 2016, quando a Alphabet passou brevemente a fabricante do iPhone.

(Por Folha de S.Paulo) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM, Amazon