Supermercados como Walmart, Jumbo Group e Whole Foods Market obtiveram uma classificação ruim na avaliação do tratamento concedido a mulheres, agricultores e trabalhadores do setor de alimentos que abastecem as prateleiras dos supermercados nos EUA e na União Europeia.

De acordo com métricas de transparência e de tratamento dos trabalhadores, a Tesco foi a mais bem classificada no primeiro estudo sobre as políticas da cadeia de abastecimento, realizado pelo grupo humanitário Oxfam America e divulgado na noite de quarta-feira. No entanto, o supermercado obteve pontuações de 29 e 42, respectivamente, em uma escala de 100 pontos.

Entre os supermercados dos EUA, o Walmart ficou em primeiro, com a pontuação geral mais alta em políticas voltadas para mulheres. Mesmo assim, obteve apenas 29 pontos nessa categoria. Entre os supermercados dos EUA, Whole Foods obteve a segunda pontuação mais baixa, com zero em transparência e no tratamento de mulheres e com quatro, em uma escala de 100, em políticas para trabalhadores e produtores rurais. Kroger ficou em último lugar.

“Essas questões são difíceis para as empresas porque têm a ver com quem detém o poder, mas as empresas precisam compartilhar o poder para que suas cadeias de abastecimento continuem funcionando bem”, disse Irit Tamir, diretora do departamento do setor privado da Oxfam America, que tem sede em Boston e é o braço nos EUA do grupo de defesa dos direitos humanos com sede no Reino Unido.

Grande parte da metodologia das classificações busca identificar quais políticas empresariais – como a igualdade de gênero no pagamento entre fornecedores – estão oficialmente em vigor. Os compromissos corporativos são importantes porque estabelecem que as empresas estão em busca de objetivos humanitários, o que aumenta a responsabilidade e pode melhorar as práticas ao longo do tempo, disse Tamir.

“Quando as empresas assumem esse compromisso, outros interessados podem trabalhar com elas para implementar a mudança na prática”, disse ela.

Respostas dos supermercados

Marilee McInnis, porta-voz do Walmart, disse que a empresa dá boas-vindas ao estudo.

“A colaboração no setor de varejo e com fornecedores, governos e ONGs ajuda muito na criação de uma cadeia de abastecimento mais responsável”, disse McInnis, por e-mail.

Uma declaração da Jumbo, que tem sede na Holanda e faz parte do grupo Van Eerd, afirma que o estudo da Oxfam “não faz justiça aos esforços da Jumbo neste assunto complexo”, observando que a falta de políticas declaradas não significa que a empresa não observe de perto os salários de seus fornecedores ou os requisitos de produtos.

“Por meio da cooperação intensiva, podemos e iremos melhorar a cada dia”, disse Jumbo.

Kroger, Whole Foods e Tesco não forneceram comentários sobre o estudo que, segundo a Oxfam, foi fornecido a eles antes de sua divulgação. Entre as redes de supermercados dos EUA e da União Europeia que foram avaliadas também estão Ahold Delhaize, Albertsons, Aldi, Costco, Edeka, Giant, Lidl, Morrisons, Plus, REWE e Sainsbury’s.

–Com a colaboração de Craig Giammona, Matthew Boyle e Wout Vergauwen.

(Por Bloomberg – Alan Bjerga) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM, Walmart, Whole Foods