Três anos após perder a liderança no mercado de cosméticos e cuidados pessoais no país para a anglo-holandesa Unilever, a Natura recuperou o posto em 2017 graças ao desempenho nas categorias de perfumaria e cuidados com a pele. Segundo a empresa de pesquisas Euromonitor, o setor movimentou R$ 106,3 bilhões no ano passado, uma alta de 3,2% sobre 2016.

A Natura & Co, marca corporativa que congrega Natura, Aesop e The Body Shop, encerrou o período com participação de mercado de 11,7%, aumento de 0,9 ponto percentual em relação a 2016. A Unilever ficou com uma fatia de 11,1%, perda de 1,5 ponto percentual. O Grupo Boticário continuou na terceira posição, com 10,8% das vendas totais, um pequeno aumento de 0,2 ponto percentual.

“As companhias enfrentaram um ambiente mais competitivo devido à economia. Os consumidores continuaram trocando de marca e as empresas intensificaram a disputa por preço”, afirmou Elton Morimitsu, analista sênior da Euromonitor. Em 2017, o destaque foi a categoria de fragrâncias, impulsionada pelas promoções.

O Brasil seguiu como quarto maior mercado de beleza no mundo, com faturamento de US$ 32,1 bilhões. Os maiores consumidores de cosméticos e produtos de higiene pessoal são os americanos, que movimentaram US$ 86 bilhões no ano passado. Em seguida vem a China, com US$ 53,5 bilhões. O Japão ficou em terceiro lugar, com receita de US$ 36,1 bilhões.

Morimitsu disse que a Natura foi beneficiada pelo relançamento da linha de cremes antissinais Chronos com nova fórmula, embalagem e estratégia de comunicação.

Segundo ele, o efeito no ranking da aquisição da rede britânica The Body Shop pela empresa brasileira no ano passado foi marginal. Procuradas pelo Valor, Natura e Unilever não comentaram a pesquisa.

O analista afirmou ainda que o embate com a Procter & Gamble em produtos para cabelos e com a Colgate-Palmolive na categoria de sabonetes prejudicou a Unilever, dona das marcas Dove, Lux, TRESemmé e Seda. “A P&G investiu forte em Pantene e ganhou espaço. Enquanto a Colgate, [com Palmolive e Protex] tem portfólio mais barato”, acrescentou.

A L’Oréal manteve a fatia de mercado ante 2016, com 7,3%, seguida por Colgate-Palmolive (6,6%), Avon (5,6%), P&G (5%), Johnson & Johnson (4,1%), Coty (3,9%) e Beiersdorf, que detém a marca Nivea, com 3,1%, fechando a lista das dez maiores empresas.

Na divulgação de ontem, a Euromonitor fez um ajuste no número de 2016 da Coty, dona das marcas Monange, Adidas e Bozzano. Com isso, a empresa passou a ocupar a nona e não oitava colocação, como mostrava anteriormente o levantamento da consultoria. De acordo com as atualizações, a Coty aparece em nona posição tanto em 2017 quanto no ano anterior.

De acordo com Morimitsu, na área de perfumaria, a empresa brasileira de venda direta Hinode, que não está entre as dez maiores do setor de beleza, ficou em terceiro lugar, com 7,1% de participação. Em primeiro lugar está o Grupo Boticário (29,7%) e, em segundo, a Natura (22,5%). O segmento movimentou R$ 23 bilhões em 2017.

(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM, Natura, Unilever