O crescimento de pessoas com intolerância à lactose (hoje aproximadamente 70% da população mundial possui algum grau de intolerância à essa substância) movimentou diversos mercados a se adaptarem para atender esse público. Dessa forma, os produtos lácteos com lactose reduzida estão em expansão. Atuante no mercado de enzimas, a Novozymes no Brasil apresenta os resultados da pesquisa “Um relato da percepção do consumidor”, que analisou esse mercado.

Em 2016, por volta de 2.700 mil toneladas de produtos com lactose reduzida foram vendidas em todo o mundo, segundo dados da Euromonitor. A América Latina (AL), por exemplo, foi responsável por uma quantidade expressiva, algo em torno de 29% deste total. Esse mercado também representou, naquele ano, 6,1 bilhões de dólares em vendas. De 2012 a 2016, 12% dos produtos lácteos vendidos da AL resultaram em 12% do volume, em toneladas, produzidos, refletindo em 11% do faturamento das empresas do setor.

No contexto global, a Finlândia lidera o consumo per capita, com 107,5, seguida pela Suécia (16,8), Noruega (15,9), Itália (9,6), Espanha (8,3), Austrália (5,4), Alemanha (4,9), Colômbia (4,8), Áustria (3,8) e México (3,6). O Brasil aparece em 26º lugar, com 0,40 USD per capita.

No Brasil, uma grande quantidade de lançamentos de produtos 0% lactose é oferecida pelo mercado. O ano de 2016 é o que mais se destacou em lançamentos de produtos, encabeçando a lista estão os queijos, representando aumento de 115% das novidades do mercado, os iogurtes (91%), leites (72%), e outros produtos, como creme, sorvete, alimentos infantis, bebidas energéticas, bebidas lácteas, achocolatado, manteiga, doce de leite (53%) etc.

Oportunidades do segmento

Os participantes do estudo reforçaram que aumentariam seus consumos se houver uma maior variedade de produtos disponíveis de alguns lácteos, como iogurte (67,4%), sorvete (60%), leite condensado e manteiga (61,8%).

Aproximadamente 75,4% dos entrevistados afirmam serem influenciados com frequência – ou sempre – pela confiança que têm na marca. Outros 72,2% se preocupam com a garantia de que o produto é realmente 0% lactose e 72% também disseram atentar-se ao sabor do leite.

Outras questões, como versões desnatado ou semidesnatado não são a prioridade desse público e apenas 27,6% presta atenção na disponibilidade da versão pasteurizada do leite.

O preço é o que mais influencia na hora da escolha da marca do leite 0% lactose consumido (44,4%). E entre as características que mais desagradam os consumidores participantes estão o sabor diferente do leite padrão (47,6%), cor ligeiramente escura (38,0%), sabor adocicado (29,2%).

Entre os desejos dos consumidores estão produtos com redução de açúcares (65,6%), fortificado em cálcio (57,0%), sem aditivos (53,8%), fortificados com vitaminas e minerais (51,2%), com ômega 3 (50,4%), com fibras (48,0%), com alto conteúdo de proteína (47,8%), fórmula especial para mulheres (29,6%), fórmula especial para homens (20,8%), fórmula especial para adolescentes (19,4%).

A pesquisa

Dos participantes da pesquisa, 61% afirmam consumir produtos 0% lactose, pois buscam por produtos mais saudáveis. Já outros 55% deles consideram que os produtos auxiliam na redução do desconforto gástrico e outros 52% consideram a menor formação de gases intestinais como um fator decisivo para a opção de produtos zero lactose.

Como fator para não consumir produtos tradicionais com lactose, 27% deles a consideram prejudicial à saúde e outros 37% têm alguém na família que é intolerante. Dos 500 participantes, 42% é intolerante à lactose e 27% deles acreditam na melhor qualidade dos produtos sem lactose.

Já os meios de informação sobre intolerância à lactose, o Google está com 59,6% entre os participantes, os médicos representam 58,8%, revistas de saúde e nutrição (35,4%), amigos (27,8%), Facebook/Instagram (18,4%). Entre as palavras mais pesquisadas por eles estão “produtos, alimentos, sintomas, lactose, saúde, causas, efeitos, leite, intolerância e medicamentos”.

Entre os produtos lácteos mais consumidos no país estão o iogurte, com 72,2%, leite longa vida (68%), sorvete (66,4%), manteiga (66,4%), leite condensado (61%), creme de leite (60,4%), leite em pó (56,2%), queijo mozarela e prato (52,8%), bebidas lácteas como achocolatados (45,8%), queijo minas (42,4%), outros queijos (37,4%), sobremesas lácteas (26,4%), leite pasteurizado (16,2%).

Relacionado também ao consumo, 37% dos participantes disseram estar dispostos a pagar mais por produtos 0% lactose em relação aos produtos lácteos em geral, indo de 10% a 40% a mais, representando 16% dos entrevistados.

Depois do primeiro consumo, a experiência positiva com os produtos 0% lactose geraram um grau de satisfação de 34% entre os entrevistados que, nessa média, afirmam que aumentaram o consumo para 50%.

Sobre a facilidade de encontrar produtos 0% lactose nos supermercados, leite em pó (37,6%), queijo minas (24,8%) e queijo muçarela e prato (27%) sempre encontram. Mas os iogurtes zero lactose são os mais encontrados e consumidores (50%). 21,4% dos participantes consumiriam sorvetes 0% lactose se encontrassem com mais facilidade. O mesmo vale para as sobremesas lácteas como petit suisse.

A pesquisa foi feita em parceria com a empresa MindMiners, a Novozymes entrevistou 500 pessoas no período de 13 a 15/12/2017, com 20 perguntas, por meio de um aplicativo, com 58,4% de participação feminina e 41,6% masculina. Aproximadamente 30% dos participantes representam a classe B2, 23% na C1, 18% na B1, 15% na A e 14% na C2. Cinquenta e sete por cento deles possuem ensino superior, 40% ensino médio e 3% o ensino fundamental, com idades entre 18 e 41 anos.

(Por SuperVarejo) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM, Lactose