Houve um tempo em que o ato de comprar alguma coisa consistia numa sequência básica de ações. A gente entrava numa loja, escolhia o produto, pagava por ele e levava pra casa. Mas as coisas andam diferentes.
A marca tem “ponto com” no nome. O vendedor dá expediente na internet e as peças seguem penduradas, ainda que tenham sido vendidas.
Você acaba de entrar na nova onda do varejo, e você surfa, escolhe. Prova, caíram bem, decide comprar. E aí você descobre onde tudo acontece: no site. Você vai pagar e sair abanando as mãos. O produto vai direto para a sua casa.
“É tudo conectado. Então eu não tenho estoque em loja. A operação fica muito mais redonda. Então eu não tenho que operar loja a loja, é uma marca só, mesmo tendo espaço físico e online”, conta a empresária fundadora da basico.com, Dedé Bevilaqua.
Vai acontecer também de você entrar numa loja, que é na verdade um aplicativo de decoração. A vendedora, estudante de arquitetura, e a gerente leva jeito com criança. Mas você só queria experimentar o sofá.
“Alguns tipos de produtos como sapato, sofá, que precisa de um conforto maior, acho que a gente precisa experimentar”, diz a empresária Ana Pantaleão.
Tudo muito confortável, mas é da natureza do consumidor querer comprar e levar. Às vezes na hora. Por isso, uma marca que nasceu com o propósito de vender só pela internet teve que adaptar o modelo. Fez uma loja em São Paulo, onde você escolhe comprar o que vê ali, ou no site, com outras opções de cores e tamanhos. Tudo indica que a quarta onda do varejo é isso: misturar o virtual e o físico, mas quem dá a medida é o cliente.
Ele sempre tem razão. Essa regra de ouro resistiu a todas as mudanças da história do varejo. Depois das lojas de bairro, veio então a segunda onda: a venda por catálogo.
A terceira, foi das gigantes que vendem de tudo e, agora, a quarta onda das lojas virtuais, que vêm mudando o jeito de comprar.
“Eu acho que essa tendência é global na verdade: a tendência de o e-commerce se complementar com a loja física, e a loja física se complementar com o e-commerce”, afirma o diretor da Westwing, Eduardo Oliveira.
Onde isso vai parar? Vendedores robôs vão adivinhar o que a gente quer? Etiquetas digitais na loja física vão garantir o mesmo preço da loja virtual?
“O consumidor, ele é um só, e quer ser atendido dessa forma. Não importa se ele está numa loja física, numa televenda, num aplicativo ou no e-commerce, ele quer ser e ter a mesma experiência em qualquer canal. Ficou muito mais complicado, mas muito mais divertido trabalhar no varejo”, explica Pedro Calil Padis, diretor da Omnistory.
(Por G1) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM, Consumidor