Diferenciar-se no segmento de conveniência e ampliar a presença do cash & carry são as principais estratégias do Grupo Casino, dono do GPA, para ampliar sua participação na América Latina. Para se ter uma ideia, o modelo de atacarejo do Assaí foi levado para a Colômbia, onde a companhia cresceu 2,7% no primeiro trimestre deste ano comparado a igual período de 2016. Segundo Jean-Charles Naouri, diretor-presidente do grupo francês, o formato deverá se desenvolver na América Latina como resposta às mudanças nos hábitos de consumo. Na região, as vendas do Grupo Casino tiveram alta orgânica de 7,7% de janeiro a março deste ano. Confira a seguir trechos da entrevista de Naouri para a equipe envolvida na produção do Relatório Anual da companhia no final de maio deste ano. O Portal SM divulga o que o diretor-presidente fala sobre os negócios na América Latina e os planos até o fim do ano.

SM – A crise econômica impactou os negócios do Grupo na América Latina?
Naouri: Nosso modelo multiformato nos permitiu continuar expandindo os negócios ao mesmo tempo em que identificamos sinergias, especialmente nos setores têxtil, imobiliário e de serviços financeiros. Na Colômbia, mantivemos a liderança em todos os formatos. Inspirado no sucesso do Assaí no Brasil, o Grupo Éxito lançou um conceito promissor de cash & carry, que recebeu o nome de Surtimayorista. Também continuamos a expandir os negócios na área imobiliária, com a criação da Viva Malls, a maior operadora de shopping centers da Colômbia, em parceria com um investidor. No Uruguai, o aumento nas vendas é sustentado pela estabilidade do país e o alto poder de compra da população. Na Argentina, ganhamos market share e continuamos a desenvolver projetos imobiliários, o que nos deu resiliência em um ambiente inflacionado.

SM – Como está o resultado do cash & carry na Colômbia?
Naouri:
A primeira loja no formato de cash & carry da Colômbia, inaugurada em 2016 sob a bandeira Surtimayorista, continua reportando desenvolvimento satisfatório, crescendo 2,7% em vendas no período.

SM – No Brasil, o GPA colocou à venda a Via Varejo. Isso vai melhorar os resultados da divisão alimentar?
Naouri:
O GPA está focado no desenvolvimento do varejo alimentar, construindo seus negócios sobre duas divisões: Multivarejo e Assaí. Estamos felizes com a tendência que as vendas nos hipermercados Extra está seguindo. O plano de revitalização das lojas se mostrou bem sucedido, entregando ganhos em market share e tráfego de clientes, o que ajudou a construir uma melhor rentabilidade em 2017. A bandeira Pão de Açúcar entregou uma performance excelente e continua a expandir seu formato de conveniência (com foco na marca Minuto Pão de Açúcar). Isso sem contar o crescimento de quase 40% da bandeira da nossa bandeira de cash & carry Assaí em 2016.

SM – Globalmente as vendas da companhia cresceram 12% no primeiro trimestre. Quais estratégias vêm garantindo a performance positiva?
Naouri:
Nossos resultados mostram que fizemos escolhas estratégicas acertadas. Temos duas prioridades muito claras. Em todos os países, nosso principal objetivo é adaptar, em tempo real, nossos formatos de negócio às novas tendências de consumo, além de expandir os formatos de sucesso. Isso significa inovar e melhorar nossa oferta de produtos e conceitos de lojas continuamente, ao mesmo tempo em que continuamos a atender às expectativas dos consumidores. Nossa segunda prioridade é a excelência operacional. E isso tem sido um foco constante já há alguns anos. Em todos os países, estamos continuamente melhorando a forma como trabalhamos, implementando melhores práticas, reduzindo custos operacionais e racionalizando investimentos.

SM- Quais são os desafios para 2017?
Naouri:
Em todas as regiões, focamos nossos planos de expansão nos formatos de maior sucesso. Estamos confiantes de que o modelo de cash & carry do Assaí irá se desenvolver na América Latina em resposta às mudanças nos hábitos de consumo nesse mercado. Também gostaríamos de reforçar nossa liderança nos formatos de proximidade: Monoprix e Franprix na França, Pão de Açúcar no Brasil e Carulla na Colômbia. Conveniência é outra prioridade. Na América Latina, nós precisamos nos adaptar às mudanças de mercado nos diferenciando das opções existentes no segmento de conveniência. Em 2017, continuamos ajustando nosso mix de lojas e acelerando conversões para formatos mais rentáveis.

(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM